1. A CONGREGAÇÃO DE TRABALHOS ESPIRITUAIS DAS SANTAS ALMAS
BENDITAS
Congregação:
“Ação de congregar, de reunir em assembleia. Instituição
religiosa”.
São nas Congregações de Trabalhos Espirituais onde se
encontram Espíritos iluminados com grande conhecimento e capacidade de
manipulação energética, bem como os que estão em franca evolução.
São todos os Guias Espirituais militantes na Religião de
Umbanda.
A Congregação de Trabalhos Espirituais das Santas Almas
Benditas dividem-se em:
02 (duas) Linhas Mestras de Trabalhos Espirituais (Mestra:
Chefe ou iniciador de um movimento cultural)de Trabalhos Espirituais;
02 (duas) Linhas Excelsas de Trabalhos Espirituais (Excelsa:
Muito alto, elevado. Sublime) de Trabalhos Espirituais;
05 (cinco) Linhas Auxiliares de Trabalhos Espirituais
(Auxiliar: Que auxilia, que presta ajuda; ajudante) de Trabalhos Espirituais;
01 (uma) Fraternidade de Trabalhos Espirituais;
02 (duas) Correntes de Trabalhos Espirituais;
02 (duas) Irmandades de Trabalhos Espirituais;
02 (duas) Falanges de Trabalhos Espirituais.LINHAS MESTRAS,
AUXILIARES E EXCELSAS DE TRABALHOS ESPIRITUAIS
Segundo o dicionário Aurélio, “Linha” significa: “Série de
pessoas ou de objetos dispostos numa mesma direção” – “Orientação teórica
adotada por um grupo”.
As Linhas de Caboclos se manifestam na Umbanda, com a
roupagem fluídica arquetípica regional de indígenas (Caboclos da Mata), bem
como também, seus auxiliares, nas roupagens fluídicas arquetípicas
regionalizadas de mestiços, os Caboclos Sertanejos e os Caboclos D´água.
Sobre a denominação de “Caboclo”, o viajante inglês Henry
Koster, em 1810, afirma: “... o nome que se dá, aqui (Maranhão) e em
Pernambuco, a todos os índios selvagens é Tapuia, e Caboclo é aplicado ao índio
domesticado”. Eis ai a razão de também chamarmos os Guias Espirituais
“indígenas” e seus descendentes de “Caboclos”. Aqui, no caso, não nos referimos
ao indígena domesticado, mas tão somente ao indígena evangelizado. “Caboclo”
também é designativo do resultado da mistura de índios com outras raças,
surgindo os Caboclos Sertanejos, e os Caboclos D´água, pois formam os
arquétipos dos remanescentes mamelucos e cafuzos do sertão, da Amazônia, do
pantanal, caiçaras, populações ribeirinhas, etc., descendentes das raças
mestiças formadoras do nosso país.
Com o tempo, erroneamente, os umbandistas nominaram de
“Santas Almas Benditas” ou mesmo “Linha das Almas” tão somente os Preto-Velhos.
As Santas Almas Benditas não são somente os Pretos Velhos, mas todos os
Espíritos de Luz que militam em trabalhos caritativos na Umbanda. São os
Espíritos Santos de Deus.
Para compreendermos as atuações mediúnicas dos Guias
Espirituais militantes na Umbanda, temos que estudar e entender a presença dos
arquétipos em nossas vidas. De posse desse estudo, uma luz se acenderá em nosso
íntimo, e as manifestações mediúnicas se darão de forma positiva e controlada.
No estudo de alguns arquétipos, vamos encontrar atitudes, trejeitos e vivencias,
observadas quando nos encontramos mediunizados pelos Guias Espirituais. No
astral, foram divididas hierarquias de trabalho para que as entidades pudessem auxiliar
o nosso crescimento e também para que pudessem crescer perante o Pai,
trabalhando pelo bem do ser humano, muitas dos quais são pessoas muito queridas
e com quem já convivemos por várias encarnações. Houve então uma divisão para
que melhor pudessem trabalhar segundo suas áreas de atuação (Humildade, Crença,
Determinação, Simplicidade, Pureza. Inocência, Liberdade, etc.).
2. Assim, utilizando as qualidades representadas por
determinados grupos sociais para criar as hierarquias de trabalhos espirituais,
foi decidido utilizar os arquétipos que representassem esses grupos sociais que
aqui tinham encarnado, bem como a simpatia que nos traziam, pois foram os
formadores da sociedade brasileira (a grande maioria dos brasileiros, possuem
como ancestrais componentes destes grupos) e, utilizar as qualidades, atributos
e atribuições positivas. Foram, então, criados os arquétipos, ou figuras
(tipos) que possuem as quantidades básicas representativas de cada um deles.
Para entender melhor o “tipo”; vejamos, por exemplo, um
professor: ele representa um “tipo”, isto é, uma classe social que ensina e
passa o conhecimento, e representa também a figura do educador, do orientador e
da pessoa que tem ou pode ter as respostas para as dúvidas daquilo que queremos
saber.
Dentro das classes sociais representadas pelas “figuras
arquetípicas” das entidades espirituais, as qualidades principais pertencentes
a cada uma seriam incorporadas e cultuadas como um exemplo a ser seguido pelos
seres encarnados, assim como pelos desencarnados em ascensão e evolução.
Também existe o fato de que na presença de arquétipos já
conhecidos pela nossa sociedade, falando e agindo de uma forma já conhecida,
todos nós, principalmente os mais simples, sentir-se-iam à vontade e consolados
por saberem que também podem se espiritualizar dentro de suas condições
terrenas, pois estão na presença de Guias Espirituais simples, nos mostrando
que ser alguém espiritualizado não é bicho de sete cabeças. Falando e agindo de
maneira simples, chega-se com mais eficiência aos simplórios, aos incultos e
aos cultos.
Devemos aceitar incluir e exaltar esses arquétipos em nossas
mentes e em nossos corações, pois são eles que nos darão à chave mestra para
conhecermos o Reino de Deus dentro de nós mesmos.
Hoje, aceitamos e entendemos esses arquétipos através dos
Guias Espirituais que vem até nós a fim de nos infundir as verdades eternas,
mas através de manifestações humanas exteriorizadas. Futuramente, com certeza,
não haverá mais a necessidade de se apresentarem utilizando roupagens fluídicas
de Caboclos da Mata, Pretos-Velhos, Caboclos Sertanejos, Baianos, etc., pois
teremos absorvidos seus arquétipos e os estaremos vivenciando em toda a sua
plenitude.
Os Espíritos que se apresentam na Umbanda, na mediunidade,
sem utilizarem roupagem arquetípica, são os Espíritos Elementais Sereias,
Tritões e Yaras.Linha Mestra de Trabalho Espiritual dos Caboclos da Mata (Força
indígena). Roupagem arquetípica de silvícolas.São Caboclos da Mata, pelo fato
de que “Mata” tem o sentido hermético de ser um lugar de testes, um reino
inexplorado que sustenta os segredos da Mãe Natureza, onde os homens devem
penetrar para encontrar os seus significados. São Entidades Espirituais
gabaritadas com ordens e direitos de reescreverem uma vida. São os Mestres
doutrinadores.
3. Os Caboclos da Mata Demandadores:Muitos dos Caboclos(as)
da Mata, ligados a vibratória dos Orixás Oxossi, Ogum, Xangô, Yansã e Obá,
trabalhadores da Umbanda, conhecidos como “Demandadores” (Demanda, ao contrário
de ser entendida como somente sendo um mal feito, na realidade significa: “Ação
judicial; causa; disputa, combate, guerra, peleja; à procura de; à cata de; em
busca de”), o são, pelas formas particulares como lidam com desobsessões,
desmanches de magias negras, combatendo o mal, aplicando a Lei e a Justiça
Divina.
Alguns Caboclos Demandadores são particularmente
identificados por muitos umbandistas como:
“Caboclos Africanos”:
Na Umbanda, Caboclos Africanos não existem como Linha
especial de Trabalho Espiritual em particular e não devem ser tratados como
tal, mas, estão integrados, incorporando, trabalhando e sendo identificados
como Caboclos da Mata; não nos esqueçamos: Linha de Trabalho Espiritual é
composta por arquétipos sociais e não raciais. Na Umbanda, os que tiveram
encarnações em solo africano, ou mesmo nos aparecem
como africanos, não gostam, e raramente se identificam como
sendo “Caboclos Africanos”, mas tão somente como “Caboclos da Mata”.
Todos os servidores dessa Linha Trabalhos Espirituais, além
de trabalharem normalmente num Terreiro em atendimentos fraternos, são os
incansáveis e abnegados Guias Espirituais especialistas em processos de
Descarregos (desobsessões), bem como nos desmanches de magias negras e
feitiçarias. Recebem o subtítulo de: “Caboclos Demandadores”, mas só como
identificação de ofício, mas nunca como título honorífico. Em suas
manifestações mediúnicas utilizam a roupagem fluídica arquetípica regional de
apresentação mediúnica, apresentando-se como quaisquer Caboclos da Mata.
4.Trabalham integrados com a “Confraria dos Cavaleiros da
Luz Divina” (Esta Confraria Espiritual umbandista, que é comandada pelo Pai
Ogum de Lei, é toda dedicada ao ensino e a doutrina dos Espíritos trevosos),
bem como com a “Escola de Santo Agostinho” (é uma das mais antigas Fraternidades
Espirituais de auxílio à obsessores e portadores de doenças kármicas em serviço
na crosta terrestre). Também trabalham interligados com a “Fraternidade do
Sagrado Coração de Maria”, cujo venerável é o Semirromba Santo Antonio de
Pádua.
Nesta Fraternidade trabalham centenas de Espíritos
socorristas, voltados ao trabalho caritativo de auxílio aos necessitados de
toda ordem. A Fraternidade é especializada no trato evangélico, procurando com
o tempo, persistência, amor, caridade e humildade, doutrinar a todos de que o
amor é a base sólida para que possamos bem servir ao Divino Criador, como
gratidão por tudo o que nos tem dado. A atuação desta Fraternidade é de suma
importância, devido ao trabalho caritativo de recolhimento e doutrinação de
Espíritos recém-egressos do Vale das Sombras, que futuramente serão integrados
como trabalhadores ativos nas Falanges de Exus e Pombas-Gira na Umbanda. O Semirromba
São Benedito, também trabalhador incansável desta Fraternidade, chefia uma
Linha de Trabalhos Espirituais muito grandes, que militam nos Terreiros de
Umbanda onde se processam trabalhos caritativos de Descarregos. Recebe os
Espíritos que passaram por uma corrente mediúnica umbandista
de Descarrego, encaminhando-os para as Escolas de Amor. Portanto, São Benedito
é considerado na Umbanda como: “Tatá da Mesa de Descarrego”.
5. A Linha Mestra de Trabalho Espiritual dos Caboclos da
Mata tem como Linhas Auxiliares de Trabalhos Espirituais, Espíritos, usando a
roupagem fluídica de Caboclos Sertanejos e Caboclos D´agua:Linha Auxiliar de
Trabalho Espiritual dos Caboclos Sertanejos (Caboclos Boiadeiros e
Caboclas Rendeiras) Roupagem arquetípica do caboclo
sertanejo. (Sertão : “Região agreste;
interior do pais”)Tem o real sentido de sertanejos; pessoas
simples, desbravadores, persistentes, de
fé inquebrantável. Não existe “Boiadeira”; a contraparte feminina dos Caboclos
Boiadeiros são as Caboclas Rendeiras. São os que caçam as almas perdidas que
estão no Umbral, reconduzindo-as para tratamento nas casas de caridade.
6. Linha Auxiliar de Trabalho Espiritual dos Caboclos D´agua
(Caboclos Marinheiros,
Pescadores, Caboclos Caiçaras, Caboclos Barqueiros, Caboclos
Jangadeiros, Caboclos
Canoeiros e Caboclas Lavadeiras). Roupagem arquetípica das
populações ribeirinhas.É denominado Caboclos D´agua no sentido de serem
versados na magia aquática. Não existe “Marinheira”; a contraparte feminina dos
Marinheiros são as Caboclas Lavadeiras. Muitos confundiram e usam mediunicamente
somente a roupagem arquetípica de “Marinheiros de Guerra”. Isso deu-se pelo
fato do próprio termo – “Marinheiro” (“Profissionais das marinhas de comércio e
pesca; militares da marinha de guerra, e profissionais da náutica, de recreio”)
– como a se referir a profissionais fardados de navios. Também são denominados
de: “Marujos”. (“Todo aquele que pertence ao mar e utiliza dele por meio de
embarcações; pescador, e
similares”). Essa Linha Auxiliar de Espíritos utiliza a
roupagem fluídica das populações ribeirinhas, Caboclos Caiçaras, Caboclos
Pescadores, Caboclos Barqueiros, Caboclos Jangadeiros e Caboclas Lavadeiras;
gente simples, humilde, e de fé, sendo que somente alguns, e não todos,
utilizam a roupagem fluídica de apresentação mediúnica na forma de um
“profissional da marinha”, mas, também são Caboclos. São os pescadores de
almas. As Rendeiras são os arquétipos das bravas mulheres sertanejas de mãos
calejadas e pele
queimada de sol, criadoras de homens, firmes nos propósitos
de vida, crentes em fé inquebrantável.
São grandes batalhadoras, destemidas, benzedeiras,
rezadeiras, e, manipulam com maestria a
magia do sertão. Em sua maioria formam a população cafuza:
descendentes de negros e brancos. As Lavadeiras são os arquétipos das
determinadas mulheres ribeirinhas (que vivem e se criam à beira dos grandes rios
brasileiros), e/ou mulheres caiçaras (que vivem e se criam à beira do mar). São
dedicadas, amorosas, destemidas, sentimentais, benzedeiras, rezadeiras, e,
manipulam com maestria a magia aquática. Em sua maioria formam a população
mameluca: descendentes de índios e brancos.
7. Linha Mestra de Trabalho Espiritual dos Pretos-Velhos
(Força Africana). Roupagem
arquetípica de negros escravos.Os Pretos-Velhos são a
presença viva do Evangelho Redentor na Umbanda. São os pacificadores; nossos pais,
mestres e educadores. São os Mestres psiquiatras de homens e de almas.
A Linha Auxiliar de Trabalho Espiritual dos Pretos-Velhos
tem como Linha Auxiliar de Trabalho Espiritual, Espíritos, usando a roupagem
fluídica de Nordestinos:
8. Linha Auxiliar de Trabalho Espiritual dos Baianos
(Povo-do-Santo). Roupagem arquetípica
de nordestinos.É composta por Espíritos que quando
encarnados eram médiuns trabalhadores dos cultos afros, da Umbanda, do Culto da
Jurema e do Catimbó, e pelo amor, fé, e caridade com que trabalharam em vida, galgaram
o merecimento de estarem conosco como Guias Espirituais. São grandes
conhecedores da magia dos Orixás. São os especialistas da crença e da fé, nos
incitando a vivenciação evangélica.
9. Linha Excelsa de Trabalho Espiritual das Crianças (Roupagem
arquetípica)São Espíritos velhíssimos de uma pureza e inocência impar, com
grandes conhecimentos, que tem como
linha de evolução planetária outra dimensão paralela a
Terra, usando a roupagem fluídica muito parecida com crianças encarnadas com no
máximo 7 (sete) anos de idade. Não são Espíritos de crianças humanas desencarnadas.
Representam o ápice da nossa evolução (“Deixai vir a mim as criancinhas, não as
impeçais, porque delas é o Reino dos Céus” – Lc18,16). São os Mestres da
alegria, inocência e pureza, qualidades fundamentais para quem deseja conhecer
o Reino de Deus dentro de si.
10. Linha Excelsa de Trabalho Espiritual dos Magos Brancos
do Oriente – Popularmente
conhecida como “Linha do Oriente” (Roupagem arquetípica)Com
grande atuação em trabalhos mediúnicos específicos e caritativos de cura,
passes e orientações coletivas; agregam e lideram os Espíritos que militam em
trabalho de cura na Umbanda. Não atuam em consultas corriqueiras. São os
Mestres do conhecimento.
A Linha Excelsa de Trabalho Espiritual dos Magos Brancos do
Oriente tem duas Linhas Auxiliares de Trabalhos Espirituais: Uma usa a roupagem
fluídica arquetípica regional de Ciganos, e a outra usa a roupagem fluídica
arquetípica de Curadores:
11. Linha Auxiliar de Trabalho Espiritual dos Ciganos
(Roupagem arquetípica)Atuam grandemente no modo de viver. Uma de suas
principais tarefas é nos ensinar o desapego da
materialidade, mas sem deixar de contemplar as belezas do
mundo. São os especialistas da felicidade.
12. Linha Auxiliar de Trabalho Espiritual dos Curadores
(Roupagem arquetípica)Popularmente conhecida como: “Corrente da Medicina do
Espaço”. Atuam mediunicamente em trabalhos caritativos de cura. Todos os
Espíritos militantes em trabalhos de cura, sejam quais forem ou de onde vieram,
pertencem à Linha Auxiliar de Trabalhos Espirituais dos Curadores. São os
especialistas em curas.
As “Linhas Mestres e as Linhas Auxiliares de Trabalhos
Espirituais” são as que se manifestam
mediunicamente, trabalhando em consultas fraternas com
orientações pessoais.
As Linhas Excelsas de Trabalhos Espirituais manifestam-se
escassamente, e quando o fazem é para passes, congraçamento e/ou orientações
coletivas.
13. CORRENTES DE TRABALHOS ESPIRITUAISSegundo o dicionário
Corrente significa: “Diz-se das águas que correm, que não se acham estagnadas”
– “Deslocamento orientado das águas do mar: correntes marinhas”.Corrente de
Trabalho Espiritual das Elementais Sereias e dos Elementais TritõesSão
Espíritos de Elementais do Mar, que manifestam-se em grupo, procedendo a
descarregos e desagregações mais pesadas. Incorporados, raramente ficam em pé e
não se comunicam de forma alguma; portanto, não procedem a nenhum tipo de
consulta. Somente emitem um som melodioso e intermitente, um mantra poderoso
desagregador. Os Tritões são a contraparte masculina das Sereias. Eles vêm por
ordem da Mãe Yemanjá.
14. Corrente de Trabalhos Espirituais das Elementais
YarasSão Espíritos de Elementais ligadas às águas dos rios e riachos, bem como
na água presente nos vegetais (80% dos vegetais são compostos de água). São
também conhecidas como “ninfas da água”.
Mediunicamente manifestam-se na roupagem fluídica de “moças
muito jovens”, e em grupos. Atuam em descarregos e desagregações em processos
psicológicos de toda ordem. Incorporadas não se comunicam de forma alguma;
portanto, não procedem a nenhum tipo de consulta; somente emitem um som
melodioso e intermitente, um mantra poderoso de limpeza psicológica. As
Elementais Yaras vêm por ordem do Pai Oxossi.
As “Correntes de Trabalhos Espirituais” são as que
manifestam-se mediunicamente em descarregos e desagregações, mas não procedem a
consultas. Não utilizam roupagem arquetípica. São Espíritos de Elementais da
Natureza.
15. IRMANDADES DE TRABALHOS ESPIRITUAIS Segundo o
dicionário, Irmandade significa: “Associação de caráter religioso”.Irmandade de
Trabalhos Espirituais dos Semirombas (Santos (as), padres, freiras, Mestres Ascencionados
e todos os Espíritos cujas vidas foram e são devotadas a evangelização, rezas,
orações e práticas caritativas)
16. Também, na Irmandade de Trabalhos Espirituais dos
Semirombas, encontram-se os Mestres Ascencionados, e todos os Espíritos
abnegados que seguem os preceitos universais de Jesus, semeando a evangelização,
o amor, a caridade, a união, a fraternidade, a esperança, o perdão e a oração.
Todos são Semirombas. São os Mestres da evangelização, da reforma íntima e da
caridade.
No “SANSKRIT-ENGLISH DICTIONARY”, de Sir M. Monier-Williams,
Oxford, London, foi encontrado uma palavra composta em sânscrito, que se
aproxima do termo Semiromba, ou melhor, da variante Simiromba, a saber:
“SHIMIRĀMBHA”: SHIMI = trabalho, esforço, labor + RĀMBHA = que dá sustentação.
Fica muito difícil expor na escrita, a sonoridade de uma
palavra em Sânscrito. Nesse caso, o “shi” não é pronunciado como “x”. No “sh”,
o “s” é proeminente, e o “h”, após o “s”, é levemente pronunciado em conjunto.
Portanto, o “shi” seria pronunciado como se levemente tivesse um “h” no meio, e
o “i” no final, aproximado a sonorização de um “e”. O mesmo acontece com o
“RĀMBHA”; o som é parecido com “romba”.
Deste modo, aproximadamente teremos a seguinte tradução:
SHIMIRĀMBHA = “O trabalho e o labor de sustentação”, que aportuguesado
aproxima-se de Semiromba.
Semiromba seria então, o labor de Espíritos Sublimes, que
através da Evangelização e da prática diária de rezas e orações, dão
sustentação para que possamos nos aprimorar, a fim de nos tornarmos bons servidores
da Espiritualidade Maior.
17. Irmandade de Trabalhos Espirituais dos Sakáangá
(benzedoras, benzedores, rezadeiras,
rezadeiros e parteiras)Os Sakáangás são Espíritos que atuam
concomitantemente com as rezas e orações, de onde utilizam suas poderosas
energias mentais para seus trabalhos de descarregos e principalmente para que
possam auxiliar os Espíritos perturbadores de toda ordem. São os Mestres da
magia mental, rezas, orações e benzeções.
Em tempos passados, quando se invocava a Irmandade de
Trabalho Espiritual Sakáangá, pelo fato da regionalização do termo, muitos
umbandistas chamavam-nos de: Sacanga: encontramos esse termo na língua tupi,
que quer dizer: “galho seco”. Saracanga: encontramos esse termo da língua
Yorubá, que quer dizer: “formas pensamentos
idealizadas pela energia mental para a proteção do Terreiro,
que após o término da sessão, eram dissolvidos”. Sakáangá: Segundo o
“Dicionário de Umbanda e Outros Assuntos” – Erlon Dutra – 1957:“Espíritos que
tem como missão a destruição de trabalhos de Magia negra, além de efetuarem outros
trabalhos astrais em benefício dos encarnados, dos Espíritos atrasados e dos
obsessores.
Trabalham na linha das almas. Vêm para desfazer o mal e
destruir malefícios enterrados. Praticam também, operações invisíveis”.
Encontramos a mesma explicação no “Dicionário da Umbanda – Altair Pinto –
Editora Eco – 1975”.
18. A que mais se aproxima da realidade dessa Irmandade de
Trabalho Espiritual, encontramos na língua kimbundo (Angola): Do “kimbundo” –
Saka: Quem administra um sacramento; quem abençoa, quem cura; Do “quicongo”:
sacudir, agitar (para expulsar, exorcizar). Do kimbundo – Angá: Alma; Espírito;
Uangá: feitiço portanto, temos uma tradução aproximada: Sakáangá: Almas
(Espíritos) que nos abençoam, nos benzem nos curam e expulsam os
malefícios/feitiços.
As “Irmandades de Trabalhos Espirituais dos Semirombas e dos
Sakáangás” não atuam na fase de “incorporação” mediúnica. Só nos dão
sustentação vibratória e se fazem presentes quando se realiza evangelização,
perdão, reforma íntima, rezas, orações, benzimentos e principalmente no Ritual
do Rosário das Santas Almas Benditas.FRATERNIDADE DE TRABALHOS ESPIRITUAIS Segundo
o dicionário, Fraternidade significa: “Laço de solidariedade e de amizade entre
homens, entre membros de uma sociedade”.Fraternidade de Trabalhos Espirituais
dos Caboclos da Mata e Pretos-Velhos “Lanceiros da Umbanda” (Lanceiro: “Soldado
de cavalaria armado de lança”)A presença dos Patriarcas e Matriarcas Ancestrais
(Patriarca (pai) – Matriarca (mãe) de uma família ou tribo na Antiguidade.
Ancestrais: “Que diz respeito aos antepassados; antigo”)
19. Os Guias Espirituais trabalhadores da Umbanda que
intitulamos de “Lanceiros”, nada mais são que entidades espirituais
experimentadas, Espíritos magistas gabaritados na lida caritativa, controlando,
resgatando e combatendo os maiorais do Reino da Kimbanda (Senhores das Trevas),
segundo a Lei e a Justiça Divina.
Explicaremos melhor:
Para sustentar a densidade energética de quase todo o
panteão africano que naturalmente se formou em solo brasileiro, os Exus e as
Pombas Gira da Lei de Umbanda foram enquadrados na nova tarefa. Os que estão no
grau de Guardiões conseguiram, por ordem superior e com êxito, sustentar o
carma de muitos Espíritos que aqui encarnaram para o então resgate e, com isso,
foram adquirindo méritos perante à Lei de Deus, pois em algum tempo no passado,
tiveram seus negativos ajustados por outros Guardiões e agora devolviam ao
mundo o mesmo amparo que haviam recebido.
Aos resgatados, apesar de toda proteção, ficava
constantemente a impressão de que alguém os incomodava ou atrapalhava, o que na
verdade era uma forma de obsessor quiumba se aproximar do encarnado e ser, cedo
ou tarde, arrebanhado pelas Falanges de Exus e Pombas-Gira da Lei para abandonar
o caos, integrando-se novamente à Lei Divina.
Nas Américas, o mesmo já ocorria num tempo até mais antigo e
perdurou até a chegada dos “brancos colonizadores”. Lá, do mesmo modo que se
notava uma incrível evolução em alguns aspectos tecnológicos (em termos de
contatos extras dimensionais) e compreensão sobre coisas do mundo. Rituais com sacrifícios
humanos eram exercidos quase que inconscientemente para suprir dívidas cármicas
para com determinados aspectos da Natureza e como não se podem eliminar dívidas
cármicas através de um processo gerador de mais dívidas (no caso dívidas
irreversíveis, pois eram com humanos os sacrifícios), a Kimbanda foi preenchida
e/ou repreenchida com milhares de Espíritos que encarnaram e compactuaram
nessas comunidades. Porém, Exus e Pombas-Gira da Lei, por
determinação maior, atuam na execução cármica desses Espíritos. Atuam também,
na recondução, proteção e abertura ou fechamento de vias nos caminhos
evolutivos. Mas todo o processo de Kimbanda é complexo e envolve embates que
podem ser nocivos a Exus e PombasGira.
Os Exus e Pombas-Gira não possuem a “Lei de Pemba” (por
questões de proteção dos próprios), mas tão somente alguns aspectos desta Lei
são abertos, para trabalhos caritativos, sendo esta Lei uma atribuição de
somente alguns Guias Espirituais da Umbanda gabaritados, e a nenhum ser
encarnado.
Para identificar e embater alguns denominados “Senhores da
Escuridão”, poderemos ter muitos tipos de Guias Espirituais, mas qualidade,
condição, vibração adequada e permissão para decidir o que fazer com eles,
somente os chamados “Lanceiros da Umbanda” é que podem.
Por serem os nossos Ancestrais, velhos xamãs (Xamã ou
shaman, é um termo usado para designar antigos sacerdotes e curandeiros
tribais, pessoas dotadas de poderes especiais, capazes de entrar facilmente em
estado alterado de consciência. É o mediador entre o mundo espiritual e o mundo
dos homens, capaz de transitar por esses dois universos e ter acesso e contato
com seus aliados – animais, vegetais, minerais, etc., seres de outras dimensões
e
os Espíritos Ancestrais) guardiões das forças e mistérios
terrenos mais velados dos Sagrados Orixás, possuem a Lei de Pemba específica (a
totalidade do conhecimento da Lei de Pemba só pertence a Cúpula Astral de
Umbanda, não sendo revelada a nenhum dos seus trabalhadores terra-a-terra),
tendo permissão inclusive a levar alguém ao desencarne se necessário for. São
Espíritos que atuam caritativamente infiltrados no Reino da Kimbanda, Trabalham
em consonância com os Exus e Pombas-Gira da Lei, com qualidades, condições e
vibração adequada, mas, diferem-se dos mesmos por possuírem permissão para decisão.
Profundos conhecedores da magia negra não existem uma sequer que não possam
eliminar.
A Fraternidade de Trabalhos Espirituais dos Caboclos da Mata
e Pretos-Velhos Lanceiros da Umbanda é formada por Espíritos magos gabaritados
que trabalham nas trevas a serviço total da luz, e não quase que total, como é
o caso de Exus e Pombas-Gira. É formado por milhares de seletos Espíritos,
quase todos advindos dos “Povos da Terra”, ou seja, de antigos xamãs tribais do
mundo todo, e prezam pela alta moral, detestando brincadeiras ou distrações.“Se
onde uma criança brinca, Exu não gargalha, onde um Lanceiro de Umbanda
trabalha, nenhuma criança brinca”.
20. Enquanto os Exus e Pombas-Gira da Lei “levam ou trazem”
obsessores quiumbas e sofredores com grandes vicissitudes de colônias de
Kimbanda para colônias da Umbanda, os Lanceiros “levam ou trazem” Espíritos trevosos
ou alguns Exus ou Pombas Gira que sofreram quedas em suas condições, aderindo a
vícios, sendo conduzidos de dimensões veladas à dimensões veladas também. Os
Lanceiros da Umbanda, nossos velhos Ancestrais trazem todo o conhecimento
magístico desenvolvido enquanto encarnado, só que apesar de seus trabalhos
serem infiltrados no Reino da Kimbanda, focam a quebra total de forças densas e
malévolas. Não poderíamos comparar um Lanceiro da Umbanda com um policial da
Terra, que usa, muitas vezes, atitudes semelhantes a dos bandidos (violência)
para combater a criminalidade dos próprios bandidos, assim como fazem os Exus e
Pombas-Gira da Lei, que até perecem “demônios” ao enfrentar com fúria os
demônios de fato. Os Lanceiros da Umbanda não seriam policiais e não teriam um
comparativo na Terra, pois são a manifestações de antigos sacerdotes da
Natureza e como tal, tem carta branca dos Sagrados Orixás para eliminar por
completo o mal, quando necessário.
De todos os Guias Espirituais, os Lanceiros da Umbanda, são
os únicos que de fato podem, através de suas forças, conhecimentos magísticos e
ritualísticos, destruir não só a ação malévola, mas também paralisar o autor da
maldade, apoderando-se dele e reconduzindo-o a quem de direito para um
recomeço. Os Lanceiros da Umbanda trazem a força primaz da Terra em seus
inúmeros níveis, e a força xamânica em seu mais alto grau, em benefício direto
da causa Divina. Eles vêm com todos os seus conhecimentos da magia da Terra dar
sustentação vibratória à Umbanda. Trazem um cabedal de conhecimento fantástico
das magias etérios/físicas mais densas do nosso planeta, atuando de forma
incisiva, amparados pela Lei e a Justiça de Deus, na recondução, proteção e
abertura ou fechamento de vias nos caminhos da Kimbanda.
Identificam e combatem ferozmente os denominados “seres
infernais”, com condições, qualidade e vibração adequada e permissão para
decidir o que fazer com esses seres maléficos.
Estão integrados e apresentam-se mediunicamente na Umbanda,
com arquétipos fluídicos representativos SOMENTE de Caboclos da Mata e
Pretos-Velhos, mas são raríssimas e jamais procedem a atendimentos fraternos.
Só manifestam-se mesmo quando da real necessidade de se proceder a descarregos
fluídicos ligados às atuações do Reino da Kimbanda, quando estes invadem
negativamente o livre arbítrio de pessoas inocentes ou mesmo das instituições
voltadas para o bem.
Quando estão “incorporados” é somente para a resolução de
algo de grande importância, que envolve forças da Mãe Natureza contra as magias
negras, feitiçarias, perseguições e principalmente atuações dos Senhores das
Sombras. Vem para resolver “o caso” e logo vão embora. Somente “incorporam” em
médiuns com condições vibratórias excelentes, pois carregam muita força natural
“bruta” e não apreciam médiuns falsos, dissimulados, preguiçosos, indolentes,
maledicentes, ingratos, vaidosos e maldosos. Lembre-se que
esses Espíritos não usam arquétipos regionais fluídicos de
apresentação mediúnica; são o que são – os genuínos patriarcas xamãs –
Espíritos humanos com grande senso de disciplina, rigor, lealdade, fidelidade e
verdade. São extremamentes desconfiados e não é bom abusar da sua aparente
bondade.
O que devemos atentar é que: Um Lanceiro da Umbanda não faz
parte efetiva da mediunidade individual de médium nenhum; somente atuam em
nível de Terreiro e comunidade. Portanto não queiram a torto e a direita
acharem que estão incorporados com um Lanceiro da Umbanda para fins
particulares e egoísticos; o resultado será por demais doloroso.
Em tempos idos, os umbandistas identificavam erroneamente os
Lanceiros da Umbanda como: “Caboclos ou Pretos-Velhos quimbandeiros”, tendo
inclusive vários “pontos cantados” exaltando esse aspecto.
Observem que na acepção da palavra ser quimbandeiro é
praticar a Kimbanda, portanto, pela lógica, é fazer parte efetiva dos
trabalhadores do Reino das Sombras, o que, pelo que estudamos, é uma inverdade.
Portanto, não devemos mais tachá-los de “quimbadeiros”, mas
sim de “Lanceiros” e principalmente entender seus trabalhos caritativos
infiltrados no Reino da Kimbanda.
Sobre o Reino da Kimbanda, leiam, no ícone: “Os Exus e as
Pombas-Gira na Umbanda”, no subtítulo: “A Falange de Trabalhos Espirituais dos
Exus e Pombas-Gira da Lei de Umbanda – Os Tarefeiros Plasmadores”, em nosso
site A Umbanda vai além da manifestação de Espíritos humanos desencarnados,
atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes incompreensíveis
pelos encarnados. Os Espíritos Elementais são um bom exemplo; por determinação
de Orixás, alguns Espíritos Elementais manifestam-se mediunicamente em
fabulosos trabalhos de descarregos, limpezas e
desagregações.“... não existem Espíritos “da” Umbanda. Deste lado existem
trabalhadores que atendem às necessidades dos filhos da Terra,
independentemente de religião ou crença. Quando conseguimos compreender que o caminho
que leva ao Pai é um só, não rotulamos mais nada nem ninguém, apenas
trabalhamos. O amor é o único ingrediente...” (Trecho extraído do livro:
“Causos de Umbanda – A psicologia dos Pretos-Velhos” – pelo Espírito de Vovó
Benta, psicografado pela médium Leni W. Saviscki).
21. Cremos que existem Espíritos que por temperamento,
escolhas, dever ou mesmo missão, estão integrados nos trabalho umbandistas, só
que, para se trabalhar na Umbanda, antes, se especializam através de profundos
estudos na temática religiosa umbandística. Agora, seja na Umbanda ou em outra
religião qualquer, também cremos que existam Espíritos, encarnados e
desencarnados, ainda presos em seus egos, que crêem que a religião que atuam se
constitui na verdade derradeira.
Um Guia Espiritual pode ser um Espírito de alta envergadura
espiritual, e mesmo um Espírito ainda em evolução, mas que já alcançou um grau
de pureza bem superior que seu pupilo, sendo por isso capaz de auxiliá-lo no
caminho espiritual da atual encarnação.
Pai João da Caridade, nosso mentor, nos disse uma
vez:“Filho; eu não sou um Espírito de luz; quem dera; Espírito de luz é o
Arcanjo Miguel, o Arcanjo Gabriel, o
Arcanjo Rafael, o Anjo Ismael; eu sou tão somente um
Espírito humano com luz, labutando na seara umbandista, a fim de aprender um
pouco mais com todos vocês. Só isso. Afinal, a ordem nos foi passada pelo
Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas: “De quem sabe aprenderemos; aos que nada
sabem ensinaremos e a ninguém negaremos auxílio; essa é a vontade do
Pai”.Muitos querem classificar o grau evolutivo dos Espíritos militantes da
Umbanda nominando-os de: Guias, Protetores ou Mentores. Não nos importa o grau
evolutivo de um Guia Espiritual na Umbanda, mas somente as orientações pautadas
no Evangelho Redentor, e o trabalho caritativo efetuado por este ser com luz.
Portanto, cada um pode chamá-los com a denominação que
quiser. Nós os chamamos a todos de: Guias(Pessoa que conduz, que dirige, que
mostra o caminho. Pessoa que dá uma direção moral, intelectual). Espirituais.
Os Espíritos que pertencem aos grupos determinado por
afinidade temperamental dos elementos, é o que denominamos serem Caboclos de
Oxossi, Caboclos de Xangô, etc. Por isso também dizemos que são Espíritos da
vibração de Yemanjá, da vibração de Oxum, da vibração de Nanã Buruquê, etc.
22. Exemplo: Um Caboclo de Oxossi é assim chamado, pelo fato
do Espírito ter em sua constituição astral, elementos do reino animal
predominante, dando formação em seu temperamento, ou seja, esse Espírito, assim
como nós, vibra com mais facilidade, com um talento nato, tudo o que representa
a energia da fauna terrena. Ele é perito naturalmente em tudo o que se refere
ao elemento animal, manipulando-o sem muitas delongas. Mas, para manipular
outros elementos da Natureza, vai fazê-lo com maestria, mas necessitando de
recursos chamados por nós de “arsenal da Umbanda”, tais como: oferendas,
cânticos, pontos riscados, velas, ervas, etc., o que não necessita quando o
elemento a ser utilizado é o que ele tem naturalmente.
No início, os primeiros umbandistas diziam Sete Linhas de
Umbanda; eram Sete Linhas de trabalhos Espirituais; Sete linhas de Espíritos
que militavam e manipulavam Sete Poderes Reinantes Orixás do Divino Criador
voltados para o plano terreno; não eram Sete Orixás, mas somente Sete
reservatórios de energias manipulados por Espíritos, os Sete pares vibratórios
já citados no capítulo sobre os Sagrados Orixás. Os Sagrados Orixás são faixas
energéticas superiores da Natureza; já os Espíritos militantes no movimento umbandista,
é uma postura usada para trabalhos mediúnicos.
Os Guias Espirituais são trabalhadores da Umbanda e não de
determinados Orixás.
No caso de um atendimento fraterno, um Guia Espiritual
Caboclo Boiadeiro pode estar consultando um assistido e verificar a necessidade
de usar a energia superior da Natureza, conhecida por nós como Oxum.
Este determinado Guia Espiritual Caboclo Boiadeiro não tem
em sua constituição física/astral a predominância do elemento natural emanado
do Poder Reinante Oxum do Divino Criador, que é água doce e toda sua gama de
energia; daí, este Guia Espiritual Caboclo Boiadeiro, através do arsenal de
Umbanda vai invocar a energia superior Oxum e não uma divindade Oxum. Se esse
Guia Espiritual Caboclo Boiadeiro vibra-se particularmente o Poder Reinante
Oxum do Divino Criador, com certeza não precisaria utilizar nada, pois
naturalmente realizaria o trabalho.
É importante aqui entender que trabalhar com energias
superiores da Natureza é uma coisa, e postura de Espírito é outra coisa.
Assim sendo, um Guia Espiritual trabalhando utilizando sua
roupagem fluídica, gestos, falas e trejeitos regionalistas, arquétipos
simbólicos, por traz (nos bastidores), trabalha energeticamente com
determinadas energias superiores da Natureza. A postura arquetípica regional do
Espírito, esternada em trabalhos mediúnicos é simbólica, é do corpo; somente é
usada para satisfazer o nosso ego; não é a postura real do Espírito.
As apresentações arquetípicas regionais fluídicas que os
Guias Espirituais utilizam na Umbanda é uma postura (tipo) que o Espírito toma.
Tudo o que os médiuns e a assistência vêem é o que o ego decodifica, pois a
imagem verdadeira está no Espírito. As formas fluídicas de apresentações
regionais simbólicas dos Espíritos na Umbanda são criadas para o ego das
pessoas e não são posturas internas deste Espírito.
Podemos dizer que os Guias Espirituais na Umbanda, na
mediunização, utilizam uma roupagem e postura fluídica arquetípica simbólica
regional de representação; o verdadeiro trabalho ocorre nos bastidores onde ninguém
vê.
Como os Espíritos na Umbanda se utilizam de simbolismos
regionais em suas incorporações, trejeitos, linguagens, etc., não quer dizer
que quando em vida, tenham sido àquilo que sugerem ser quando incorporados. Embora,
nas Confrarias da Umbanda, existam Espíritos ainda presos ao ego que, no mundo espiritual,
andam como velhos, manquitolas, ou que ainda acreditam serem índios, ciganos,
orientais, nordestinos, ou negros velhos, etc., e vivem em aldeias plasmadas no
astral. Ainda necessitam de formas materiais.
São Espíritos que ainda sentem necessidade dessa realidade,
das formas criadas pelo ego, das sensações, das percepções, etc. Com a luta
diária no processo de reforma íntima, esses Espíritos também vão se libertar de
seus egos para enxergar a essência por trás das aparências. Enquanto assim
procedem, vão trabalhando mediunicamente, contribuindo com tudo de bom que tem,
desinteressadamente, evangelizando, na prática da caridade desmedida, enquanto
aguardam a sua evolução.
Como exemplificou o Espírito de André Luiz: “Enquanto
aguardam a resolução dos seus problemas, vão fazendo algo de bom pra
alguém”.Sabendo de tudo isso, não vamos mais falar de que todos os Espíritos
que se manifestam como Caboclos são de Oxossi, Xangô, Ogum; que os
Pretos-Velhos são de Obaluaiê, Omulú ou mesmo de Nanã Buruquê; que os Baianos
são de Oxalá ou Yansã; que os Caboclos Sertanejos são de Xangô, etc., mas, simplesmente
trabalham integrados na energia superior do Poder Reinante Orixá do Divino
Criador que lhe é mais afim por simbiose fluídica energética, e manipulam as
outras vibrações magnéticas superiores através do arsenal de Umbanda.
23. Assim é a
Umbanda. Um grupamento de Espíritos militando em determinadas faixas de
vibrações eletro/magnéticas superiores da Natureza e com determinadas posturas.
Isso é o que acontece no plano astral, não importando as formas ou padrões que
os seres humanos criam na Terra.“Na parte ritual da Umbanda não se aceita a
manifestação de desencarnados. Só “personagens” podem incorporar: os
Pretos-Velhos, os Índios, as Crianças etc. Se o seu pai desencarnado quer se
manifestar em um trabalho de Umbanda, ele não pode. Mas um Pai Joaquim pode. Os
Espíritos tomam posturas materiais para participar do “teatro” da Umbanda” (Pai
Joaquim de Aruanda, através do médium Adilson Marques).
Os Guias Espirituais de Umbanda trabalham com determinadas
faixas magnéticas superiores, por afinidades ou definidas pela Espiritualidade
Maior. Essa é a essência da Umbanda. Como no mundo humano tudo somente é
entendido sendo “dramatizado” (só entendemos o que os cinco sentidos captam: audição,
visão, tato, paladar e olfato), os Espíritos da Umbanda utilizam de roupagens e
posturas simbólicas fluídicas arquetípicas regionais em suas apresentações,
para serem compreendidos, porque o que importa para os Espíritos é a essência e
não a aparência.
Raciocinemos: Os Pretos-Velhos, Linha Mestra de Trabalhos
Espirituais na Umbanda em postos de comando. Todos foram realmente negros,
escravos e desencarnaram com a idade avançada?
Será que isso é certo? Pode até ser que um ou outro chegou à
idade avançada, mas, todos? Vejam que em época colonial, os escravos
trabalhavam aproximadamente de 12 a 16 horas por dia e dormiam em acomodações
coletivas chamadas senzala. A alimentação era basicamente feita de farinha de
mandioca, aipim, banana e feijão, toda depositada num “cocho” para que todos
comessem com as mãos coletivamente.Senzala de uma velha fazenda Cocho para
comida No Brasil colônia, a vida útil de um homem branco que vivia uma vida
modesta era de aproximadamente 40 anos. Se o homem branco vivendo modestamente
ou fartamente durava tão pouco, como poderiam milhares de escravos chegarem a
serem idosos? Segundo os historiadores, a vida útil de um escravo era de 10 a
15 anos no máximo.
Raciocinando, chegamos a uma só conclusão: Com milhares de
médiuns umbandistas espalhados por esse Brasil afora, todos trabalhando
mediunicamente, como poderiam “incorporar” Pretos-Velhos anciões, se não fosse
pela plausível explicação dos arquétipos regionais simbólicos de apresentação
mediúnica? A forma espiritual plasmada é de um ancião negro, mas, a realidade
do Espírito é essa?
Embora os Guias Espirituais se utilizem de formas fluídicas
e posturas arquetípicas regionalizadas nas apresentações mediúnicas, são
discretos no vestuário, só utilizando preferencialmente da própria roupa branca
que o médium já está usando. Os desmandos no vestuário é da cabeça do médium;
puro animismo; aliás, Guias Espirituais não tem vaidade de espécie alguma.
24. Exemplifiquemos: Vemos em muitas Giras de Caridade,
“Pretas-Velhas” manifestadas utilizando saias rodadas, brancas e muitas vezes
uma saia carijó, simples, sem muitos enfeites ou babados. Usam-nas devido serem
as representações arquetípicas regionais das senhoras idosas; portanto,
recatadas no vestuário. Só não é aceitável uma Preta-Velha vestindo uma saia
com profusão de rendas e lamês, de seda ou coloridas; isso com certeza é coisa
do médium. Os Baianos não usam qualquer vestimenta especial, a não ser, em
alguns Terreiros, um ou outro, utilizam somente um simples chapéu de palha na
cabeça. Não aconselhamos a utilização de chapéus de couro na cabeça, por serem
o restolho de animais mortos e estarão em contato com o chacra coronário do
médium. Não são aceitáveis “médiuns” incorporados na Linha Auxiliar de Baianos
trajados com cartucheiras, fuzis atravessados no peito, ou mesmo se travestindo
de cangaceiros. Algumas Baianas utilizam de saia rodadas, brancas, simples, sem
muitos enfeites e sem muitos babados. Existem os Caboclos Boiadeiros que
utilizam um chicote de couro em suas mãos. Esse chicote, por ser de produto
natural (couro, portanto desagregador), estará energizado com a mesma potência dos
chicotes energéticos que possuem no astral, sendo largamente utilizado nos
descarregos. Não são aceitáveis “médiuns incorporados” com Boiadeiros se
trajando com esporas, gibão, roupas de couro, berrante atravessado nas costas,
etc. Na Linha Excelsa das Crianças, não há necessidade de se travestir com
hábitos de crianças encarnadas, com roupas infantis, uniformes de futebol, mil
chupetas penduradas, Lambuzando todo mundo, etc. Não são aceitáveis Caboclos
da Mata incorporados, travestidos com saiotes de pena (geralmente penas de
galinha ou avestruz, pintados com papel crepom), portando arcos, flechas,
tacapes e outros adereços, remetendo estar ali presente, um silvícola que nunca
teve contato com o homem branco. Na Linha Auxiliar dos Ciganos geralmente
existem muitos exageros no vestuário. Alguns médiuns
misturam em seus mentais, os Espíritos Ciganos com os
Ciganos na matéria. Esses médiuns
quando “incorporados” trajam-se de maneira espalhafatosa,
com bijuterias de mau gosto, castanholas, pandeiros, leques, roupas decotadas,
saias e xales coloridos e vistosos, coletes brilhantes e enfeites estranhos
como se fossem dançarinas de dança do ventre e ai por fora; todos materiais
desnecessários para atuações de Espírito com luz. Os Guias Espirituais Ciganos
se trajam de maneira simples, sempre usando o branco dos uniformes; no caso das
Ciganas usam a saia branca, simples, sem muitos adereços; podem ainda usar um
xale simples, onde tem bordado um ponto riscado de alta simbologia, que usam
nas costas do assistido enquanto consultam. Quanto aos Espíritos que se
apresentam fluidicamente na Linha Auxiliar dos Caboclos D´agua, com os Caboclos
Marinheiros, alguns médiuns chegam ao absurdo de se trajarem por completo com fardamento
de capitães (geralmente incorporados nos dirigentes, numa alusão que são os
chefes do Terreiro), com fardamentos de marinha de guerra, piratas com tapa
olho (só falta à perna de pau e o papagaio no ombro) e geralmente com uma
garrafa de rum embaixo do braço, e latas de cerveja na mão. Cidadãos assim,
“manifestando seus próprios mentais”, mais parecem comediantes imitando
embriaguês. Tudo isso demonstra como está o mental do médium despreparado e mal
educado na fenomenologia mediúnica, utilizando um arquétipo deturpado,
teatralizando marinheiros de guerra, ou mesmo colocando toda a Linha Auxiliar
como se fossem marinheiros da marinha mercante (A marinha mercante é o conjunto
das organizações, pessoas, embarcações e outros recursos dedicados às
atividades marítimas, fluviais e lacustres de âmbito civil. A marinha mercante
constitui o ramo civil da marinha. Em alguns países, no entanto, a marinha
mercante está organizada de modo a transformar-se numa força auxiliar da
marinha de guerra, em caso de situação de guerra ou de excepção. A marinha mercante,
normalmente é subdividida em três ramos:
1) Marinha de comércio - dedicada, essencialmente, às atividades
econômicas de transporte de passageiros e de carga, através do mar, de rios, de
lagos e de canais;
2) Marinha de pesca - dedicada à atividade da pesca;
3) Marinha de recreio - dedicada ao desporto náutico e às
outras atividades recreativas).
25. Quanto a Exus e Pombas-Gira, muitas exteriorizações
chegam às arraias do absurdo. Não são aceitáveis manifestações de “Pombas-Gira”
lascivas, vestidas como se fossem dançarinas de cabaré, com longos vestidos
vermelhos com lamês e multicoloridas rendas, com direito a piteiras, pulseiras,
peitos de fora e bijuterias extravagantes. Exus totalmente vestidos de preto,
ou mesmo incorporados sem camisa (numa amostra do físico que o médium acha que
tem), com garfos pretos e vermelhos imensos na mão, uma garrafa de pinga
embaixo do braço, dizendo verdadeiros impropérios para as pessoas, comendo
carne crua com pimenta ou bebendo cachaça derramada no chão (provavelmente é um
quiumba, mas também pode ser o viciante animismo do médium, ignorância ou mesmo
inocência; muitos viram assim em outros médiuns e acham que assim também devem
se portar). Será que os Exus e Pombas-Gira, depois de desencarnados, perderam totalmente
o senso de ridículo, e passam a se trajar somente com roupas de mau gosto, mulambentas,
escolhidas por seus medianeiros?
Os Guias Espirituais não se utilizam de parafernálias no
vestuário e nem em seus apetrechos de trabalho.
Quando necessitam de algo assim, com certeza serão coisas
simples, certeiras e lógicas.
Não há necessidade de se trocar de roupa para incorporar um
Guia Espiritual, pois estaremos correndo o risco de nos transformarmos em grupo
folclórico ou mesmo em desfile carnavalesco. Quando um Guia Espiritual nos
orienta a colocarmos algum tipo de roupa específica (sempre simples) é para o
fato da utilização magística cromoterápica defensiva para o médium e não
simplesmente travestir-se por pura vaidade, querendo se exibir para todos.
Todo o vestuário utilizado na Umbanda obedece a regras de simplicidade,
razão e bom senso e nunca para vaidade. Os Guias Espirituais não são portadores
de vaidade. Os médiuns têm que ser orientados e controlados nas exteriorizações
extravagantes. Isso quando não vemos “entidades espirituais incorporadas” fazendo
poses para fotos e filmagens.
A vaidade é do médium e ponto final. Espíritos vaidosos,
exigentes, que fazem questão de trajes regionais completos, com certeza não são
Guias Espirituais; são somente Espíritos imperfeitos que usam a mediunidade de
incautos para exteriorizarem carnalmente suas futilidades; Não são Espíritos da
Umbanda.
Relembrando a orientação evangélica: “Amados, não deis
crédito a todo o Espírito, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque há
muitos falsos profetas que se têm levantado no mundo...” (I João 4:1)Vamos
analisar, estudar e entender alguns simples vestuários utilizados pelos
Espíritos militantes no movimento umbandista, e verificaremos o real uso,
invariavelmente para a proteção do médium e manipulação energética, mas nunca
para a satisfação do Espírito, dando a impressão que está manifestado aproveitando
a oportunidade para relembrar os tempos de encarnado. Isso seria absurdo. Com
certeza é fruto do animismo vicioso do médium.
Temos nossos vestuários que são simples e portadores de uma
lógica do uso: roupa branca simples, somente. “Capacetes, espadas, adornos,
vestimentas de cores, rendas e lamês não são aceitos nos Templos que seguem a
sua orientação. O uniforme é branco, de tecido simples” (Orientação dada pelo Caboclo
das Sete Encruzilhadas ao seu médium: Zélio Fernandino de Moraes).Portanto,
envidemos esforços para deixar de lado nossos caprichos, egolatrias,
egocentrismos e preferências pessoais, pois com certeza, o povo não é bobo,
aliás, se faz de bobo, e com o tempo toda a vaidade cai por terra e o médium
(isso quando não a Umbanda), fica desacreditado. Não nos esqueçamos que o
mestre somente chega quando o discípulo esta pronto; portanto, existem médiuns
“prontos” para trabalharem com Espíritos de alto grau de espiritualidade, como
também existem médiuns ainda em estado de letargia espiritual, que necessitam
Guias Espirituais compatíveis com seu astral e conhecimento. Mais uma coisa é
certa: todos estão trabalhando com afinco, praticando suas caridades e perfeiçoando-se
a cada dia para crescerem perante a Espiritualidade Maior.
Existem Espíritos elevados nas Confrarias Umbandistas que
optam por utilizarem roupagens fluídicas de Caboclos, Pretos-Velhos, etc. pelo
fato dessas formas terem sido de suma importância quando em vida, e por isso,
conservam-nas para assim nos passarem as lições importantes de humildade, pois
não é o fato de ter tido uma encarnação humilde que o ser não vá crescer
espiritualmente. Outras vezes, esses Espíritos elevados utilizam formas
terrenas pré-estabelecidas, para melhor serem entendidos e compreendidos pelos humanos
(roupagem arquetípica simbólica regional).
A Umbanda já não mais necessita de rituais bizarros,
totemismo (crença nos totens), fetichismo (culto dos fetiches, ou feitiços;
veneração exagerada, supersticiosa, de objetos inanimados que se crê estarem
ligados aos Espíritos e que, por isso, passam a representá-los simbolicamente),
sincretismos, mistificações, fanatismos e fantasias. Tudo isso é criado pelo
ego humano.
Os Espíritos da Umbanda trabalham utilizando energias
superiores (Orixás), determinadas pelos Anjos Planetários, nossos Sagrados
Orixás. Só isso.
26. É patente as manifestações fluídicas arquetípicas
regionais de apresentação, ou seja, a necessária “teatralização” na Umbanda, assim
como é em todas as religiões quando estão em contato humano, para que o ego das
pessoas identifique o que está acontecendo. Agora, o que não podemos fazer de
maneira nenhuma, são espetáculos circenses, com exteriorizações estapafúrdias e
mirabolantes. Vamos realizar o “teatro” necessário, mas nunca, fazer circo.
Explicaremos melhor os Guias Espirituais da Umbanda no
livro: “Os Guias Espirituais Militantes no Movimento Umbandista – Simbolismos e
Funções” – de nossa autoria, no prelo .UMA ELUCIDAÇÃO IMPORTANTE – A UMBANDA E
O FATOR SOCIAL. Observamos ao longo dos anos de trabalhos na Umbanda, que
muitos dirigentes e médiuns arvoram-se em defensores ferrenhos da questão
“racial e/ou étnica” dentro da religião umbandista. São médiuns preocupando-se
em estudar a filosofia, costumes, religião, etc. dos ciganos, dos africanos, do
oriente, do nordeste e ai por fora, crendo que as Entidades Espirituais
militantes no movimento umbandista são os mesmos quando encarnados, com seus
costumes e tradições, guardando mesmo como Espíritos, seus modos de ser,
virtudes, qualidades, defeitos, trejeitos, que tinham quando encarnados.
Não devemos nos preocupar com que roupa temos que vestir
para quando um Espírito vai incorporar.
Espíritos não têm vaidade; isso é coisa do humano; é da
nossa vaidade e não do Espírito; se um Espírito fizer questão de um vestuário
espalhafatoso, com certeza está preso em seu ego. Os Espíritos não estão preocupados
em externarem em seus arquétipos fluídicos regionais mediúnicos, os trejeitos,
costumes e tradições, do setor da sociedade que representam. Isso é coisa
nossa, é coisa da matéria.
Não há porque se preocupar se o Espírito que usa a roupagem
fluídica de um cigano ou mesmo de um índio irá se comunicar no idioma terreno
que representa. No plano astral, na espiritualidade superior, não existe
barreira de linguagem.
Um Guia Espiritual até poderia fazer uso de uma língua
nativa, desde que o médium tivesse o dom paranormal de xenoglassia (dom de
falar em outras línguas), mas o faria para demonstrar aos incrédulos que ali
está presente um Espírito de verdade.
Os Guias Espirituais da Umbanda utilizam de uma linguagem
simples, desprovida de pompas, mas, entendida por todos; agora, com certeza,
comunicam-se na língua portuguesa. Aliás, a linguagem peculiar dos Guias
Espirituais quando incorporados é coisa da Umbanda; é uma maneira de se falar
própria para a Umbanda; não quer dizer que se falava da mesma maneira quando
encarnados.
Então, observamos que muitos umbandistas preocupam-se com a
questão racial, ou seja, a presença no negro, no índio, do oriental, do cigano,
etc., seus costumes, linguagem, vestuários, modos de ser, esquecendo-se que os
Espíritos, na Umbanda, se utilizam somente de roupagens e posturas fluídicas arquetípicas
de apresentação, ou seja, uma “postura” simbólica, representativa. O QUE
SIGNIFICA RAÇA ?A origem da palavra “raça” é obscura. Alguns estudiosos
entendem que a sua etimologia provém da palavra latina “radix”, que significa
raiz ou tronco; enquanto outros acham que ela tem origem na palavra
italiana “razza”, que significa linhagem ou criação.
Seja qual for a sua origem, ela foi introduzida na
literatura científica há cerca de 200 anos e desde então tem aparecido em
tantos diferentes contextos que até hoje a palavra “raça” não teve o seu
significado exatamente claro. Ela tem sido usada para designar qualquer
agregado de pessoas que podem ser identificados como pertencentes a um grupo.
De acordo com este entendimento, as pessoas que possuem os mesmos ancestrais,
ou compartilham com as mesmas crenças ou valores, mesma linguagem ou qualquer
outro traço social ou cultural são considerados como uma raça.
Por si mesmo, esta ampla definição talvez não seja de todo
uma coisa má, contudo abre a porta para muitos e sérios desentendimentos sobre
pessoas que a utilizam para caracterizar preconceito e discriminação... Raça
tem somente um significado científico e é biologicamente única. Refere-se a uma
única subdivisão das espécies conhecidas, membros de uma herança física, a qual
visa distinguir-se de outras populações da mesma espécie. Apesar desta
definição ser precisa tanto quanto possível, os cientistas entendem que não
existem claras subdivisões na única espécie chamada homem, isto é, o homo sapiens.
27. A maior parte das pessoas pertencem a categorias entre
subdivisões do que propriamente àquela da qual pertencem, ou de que um mesmo
indivíduo pode ter características que o colocam em diversas categorias simultaneamente.
(
http://www.bahai.org.br/racial/Raca.htm)
Para compreendermos as atuações mediunicas dos Guias Espirituais na Umbanda,
temos que estudar e entender a presença dos arquétipos em nossas vidas. De
posse desse estudo, uma luz se acenderá em nosso íntimo, e as manifestações mediúnicas
se darão de forma positiva e controlada. No estudo de alguns arquétipos, vamos
encontrar atitudes, trejeitos e vivencias, observadas quando nos encontramos mediunizados
pelos Guias Espirituais.
No astral, foram divididas hierarquias de trabalho para que
as entidades pudessem auxiliar o nosso crescimento e também para que pudessem
crescer perante o Pai, trabalhando pelo bem do ser humano, muitas dos quais são
pessoas muito queridas e com quem já convivemos por várias encarnações. Houve então
uma divisão para que melhor pudessem trabalhar segundo suas áreas de atuação
(Humildade, Crença, Determinação, etc.).
Assim, utilizando as qualidades representadas por
determinados grupos sociais para criar algumas hierarquias de trabalhos, foi
decidido utilizar os arquétipos que representassem esses grupos sociais que aqui
tinham encarnado, bem como a simpatia que nos traziam, pois foram os formadores
da sociedade brasileira (a grande maioria dos brasileiros, possuem como
ancestrais componentes destes grupos) e, utilizar as qualidades, atributos e
atribuições positivas.
Foram, então, criados os arquétipos, ou figuras (tipos) que
possuem as quantidades básicas representativas de cada um deles. Para entender
melhor o “tipo”; vejamos, por exemplo, um professor: ele representa um “tipo”,
isto é, uma classe social que ensina e passa o conhecimento, e representa
também a figura do educador, do orientador e da pessoa que tem ou pode ter as
respostas para as dúvidas daquilo que
queremos saber.
Dentro das classes sociais representadas pelas “figuras
arquetípicas” das entidades, as qualidades principais pertencentes a cada uma
seriam incorporadas e cultuadas como um exemplo a ser seguido pelos seres
encarnados, assim como pelas entidades em ascensão e evolução.
Repetindo: Também existe o fato de que na presença de
arquétipos já conhecidos pela nossa sociedade, falando e agindo de uma forma já
conhecida, todos nós, principalmente os mais simples, sentir-se-iam à vontade e
consolados por saberem que também podem se espiritualizar dentro de suas
condições terrenas, pois estão na presença de Guias Espirituais simples, nos
mostrando que ser alguém espiritualizado não é bicho de sete cabeças.
Falando e agindo de maneira simples, chega-se com mais
eficiência aos simplórios e aos incultos. Devemos aceitar incluir e exaltar
esses arquétipos em nossas mentes e em nossos corações, pois são eles que nos darão
à chave mestra para conhecermos o Reino de Deus dentro de nós mesmos. Hoje,
aceitamos e entendemos esses arquétipos através de correntes de trabalhos
espirituais, que vem até nós a fim de nos infundir as verdades eternas, mas
através de manifestações humanas exteriorizadas.
Os Espíritos que se apresentam na Umbanda, na mediunidade,
sem utilizarem roupagem arquetípica, são os Espíritos Elementais Sereias,
Tritões e Yaras.
Veja o que diz Lucas 18; 18,19: “E perguntou-lhe um certo
príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?
Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus”.
Aqui, até Jesus confessa claramente sua humanidade, ou seja, estar sujeito as
falhas e defeitos humanos.
Os Guias Espirituais da Umbanda são os simples de coração,
falando aos que estão na jornada evolutiva da vida, lutando contra o mal que
existe dentro de cada um, nós, não simples, mas, simplórios. Portanto, a Umbanda
não defende a questão racial, mas simplesmente os fatores sociais da nossa
sociedade, procurando assim, serem mais bem aceitos e compreendidos. Assim é a
Umbanda: a religião dos simples que fala aos corações dos simplórios.
28. CURIOSIDADE:Muitos médiuns umbandistas tem uma crença
arraigada de que os Guias Espirituais que militam na faixa vibratória de Ogum,
invariavelmente, são soldados na acepção da palavra, guerreiros fardados, musculosos,
com roupagens romanas, etc. Até já presenciamos médiuns que diziam estar com um
“Ogum”, posicionando o corpo de uma forma, querendo imitar um halterofilista. Aliás,
não vemos Ogum como um Orixá da guerra, mas sim, como Orixá da paz, pois onde
há Lei, existe paz; é uma força de Deus que coloca paz no caos. Não atentaram
para o fato de que Guias Espirituais militam numa faixa vibratória Orixá, e
muitos utilizam de roupagens e posturas fluídicas arquetípicas simbólicas de
apresentação. Linha de trabalho espiritual determina posturas arquetípicas e
não fatores
raciais e profissões.
Vamos então, observar dois Guias Espirituais vibrados pelo
Poder Reinante Ogum do Divino Criador. Vejam que eles se apresentam
fluidicamente como orientais e não com arquétipos de soldados e/ou guerreiros.
O 1° Guia Espiritual “de Ogum” que se tem notícia
documentada, a se manifestar na Umbanda, foi Sr. Orixá Malê , em 1913 (foi um
príncipe Malaio).
O 2° Guia Espiritual “de Ogum” que se tem notícia documentada, a se manifestar na Umbanda, foi
o Sr. Ogum Timbiri, em 1935 (foi um Mestre Himalaio).
Importante: O Comando geral da Umbanda Crística seja em
nível da religião, Terreiros, ou mesmo da coroa de médiuns, é todo formado
pelas Linhas Mestras de Trabalhos Espirituais dos Caboclos da Mata e dos
Pretos-Velhos; só eles assumem posição de comando em todos os setores da
Umbanda Crística.
As Linhas Auxiliares de Trabalhos Espirituais dos Caboclos
Sertanejos, dos Caboclos D´agua, dos Baianos, como já diz o nome, são somente
auxiliares das Linhas Mestras. Os Ciganos e os Curadores são auxiliares da
Linha Excelsa dos Magos Brancos do Oriente. Nenhum deles assume poder de
comando de Terreiros e nem da coroa de médiuns; são somente auxiliares.
As Linhas de Trabalhos Espirituais são somente “Linhas de
Trabalhos”. Não quer dizer que são somente compostas por Espíritos que quando
encarnados foram o que sugerem diretamente a “Linha”; São somente arquetípicos.
A Linha de Trabalhos Espirituais realiza um trabalho especifico perante a
humanidade e é composta por Espíritos especializados em tais misteres.
(Trecho extraído do
livro: “Umbanda – A Manifestação do Espírito para a Caridade” – autoria: Pai
Juruá).