A MISSÃO MEDIÚNICA NA UMBANDA!

Servir a Deus, seja onde for, requer seriedade e compromisso, nunca pensando em seu término, mas sim, sempre em fazer mais. Se você pensa em servir com prazo de validade, pense que seus momentos de felicidade nesse mundo terreno também tem prazo de validade, e são muito mais curtos que a vivência espiritual e a abnegação ao serviço mediúnico. E um compromisso assumido com o Plano Espiritual Superior é coisa extremamente séria... Não é “oba, oba”, ou, se não gostar caio fora. Dessa forma a gente faz aqui, no dia a dia com os outros encarnados, o que já não é correto, “brincar” com Deus, então, será responder depois à Lei Divina, que é sempre extremamente justa.
E a vida espiritual não nos promete benesses nesse mundo. Para aquele que se conscientiza de que tudo passa, de que a ligação com Deus está acima de tudo, é  o ideal maior de cada um, persevera e continua seu trabalho. Lembro quando entrei para o Cruzeiro da Luz, em 1991, o Caboclo Ventania, nosso Guia Chefe, me disse: "meu índio, você está entrando não para melhorar de vida, neste mundo material, mas para servir a Deus e assim, reconquistar a paz que todos precisam". E assim foi... Enfrentei e enfrento dificuldades como qualquer ser humano comum, mas mantenho minha fé em alta, e esta me dá a paz que preciso.
Uma coisa importante também, que as pessoas não se dão conta, é quanto ao que chamamos de compromisso mediúnico. Você sabe como é isso? Deixe que eu lhe explique... Se você sabe, desculpe por eu ter que repetir.
Bom, quando você larga a Umbanda, ou o Espiritismo, ou o Candomblé, etc., as lendas urbanas vêm dizer que se sua vida for mal, a partir daí, é porque os espíritos estão batendo, castigando, etc.
Errado! O que está ocorrendo com você é apenas a reação de uma ação provocada por você mesmo, chamada Lei de Causa e Efeito. Quando encarnamos com o propósito mediúnico, fazemos, antes da encarnação, um acordo com nossos guias, ainda no Plano Espiritual, especialmente com o Guia Chefe de nossa mediunidade.
Esse Guia, nosso Mentor Espiritual, por toda a nossa encarnação (um grande amigo nosso que só nos lembraremos quando desencarnarmos), avaliza a nossa trajetória encarnada junto aos Senhores do Carma. Ele assume e se responsabiliza por nós. Ou seja, nós médiuns, se assim não fossemos, reencarnaríamos com pesados fardos, com muito mais sofrimento do que aqueles que reclamamos agora (um sofrimento proporcional aos erros que cometemos nas vidas anteriores e que ainda não respondemos por isso), contudo, com a proposta do trabalho mediúnico religioso nossos débitos são atenuados, tornam-se "mais leves", pois o que seria pesado "estamos quitando com nosso trabalho mediúnico", o que, diga-se de passagem, é muito melhor..., é bem melhor dedicar-se, renunciar, "perder" algumas horas do nosso tempo em prol da caridade do que encarnarmos e vivermos presos á uma cadeira de rodas, por exemplo? Compreende?
 Ao invés de ser algo de maior peso, nosso carma se torna mais leve devido a esse acordo com a espiritualidade. E assim se dá: aceitamos..., daí nosso programa encarnatório é abrandado e chegamos aqui. Começa a vida encarnada conforme o combinado, aceitamos a proposta e nos tornamos umbandistas, num determinado momento da nossa vida, já pré-estabelecido no mundo astral quanto a época que aconteceria.
Só que, devido a uma série de fatores que  também dizem respeito aos nossos problemas internos, que ainda perduram referentes a nossa existência, fraquejamos e, também influenciados por outros espíritos que não têm interesse em nos ver na Umbanda, levando luz às pessoas e nos melhorando como pessoa, acabamos largando o trabalho pela metade. Os motivos são variados... Às vezes é um desenvolvimento demorado (porque cada médium responde de um jeito ao seu desenvolvimento mediúnico) e aí, de janela aberta, sofre uma influência de desânimo dos espíritos das sombras; é a vida que ficou apertada e não há mais lugar para o lazer como tinha antes; a disciplina, a sacralidade, a doutrina de vida que são difíceis...
A vida não melhora em alguns aspectos (esquecido de que pode ser um fator cármico)..., tudo isso e muito mais coisas acabam por nos afastar do compromisso antes assumido.
E daí, se rompe o acordo. E nessa ruptura vem o efeito da causa que se torna grave, pois conota que enganamos a espiritualidade.
O que acontece? Aí, entra a Lei de Causa e Efeito que, uma vez rompido o acordo que era muito bom para nós, uma vez que através dele "economizamos" encarnações de sofrimentos em troca de algo tão belo, vem "cobrar" o que recebemos de benefício (Jesus nos diz no Evangelho que: "A quem muito é dado, muito será cobrado". E essa cobrança é a execução da Lei. A Lei Divina vem e ordena a execução. Daí, ela é aplicada em nossa vida e permite então que o carma, que seria pesado se não fosse aceito o encargo, agora venha novamente com o peso proporcional ao do rompimento do acordo.
Deu pra entender...? E aí, a vida entra num grande vazio, sem cor, infeliz e mais ainda, na maioria dos casos, por sermos médiuns, abrindo portas para investidas sérias de energias densas, doentias e de espíritos ruins.
E a vida fica ruim mesmo, pois ela só teria alegria se estivéssemos desempenhando o papel proposto. Sabe porquê? Porque escolhemos esse caminho antes de encarnarmos, e quando chegamos aqui optamos por outro, e não dá para dar certo porque os planos de felicidade eram outros. Por isso a vida dá tanto errada, na maioria das vezes. Mas te asseguro que nada disso é castigo e sim cumprimento de uma Lei Divina. Deus não pune ou castiga, ele nos educa através de suas leis.
E se formos ver, é coerente, porque colhemos o que plantamos (lembro Jesus de novo: "A cada um é dado de acordo com suas obras"). E quando plantamos espinhos colheremos espinhos. Daí vem seu Guia e fala: "Ao invés de você colher espinhos, você quer colher flores?" E você diz que sim; mas pergunta: como? Daí, ele responde: "Vamos trabalhar juntos na Umbanda? Quando você reencarnar, assim que atingir X de idade, você será despertado para essa missão. Daí, nós te mostraremos, através de sinais, intuições, sonhos, etc...,
como chegar lá. O que você tem que fazer, irmão, é emprestar seu corpo por algumas horas semanais, para que eu e outros amigos seus, possamos, juntos com você, ajudar as pessoas, e todos nós assim possamos crescer. Mas para isso, a depender de sua vida quando for tocado pela espiritualidade, algumas coisas você terá que mudar, como hábitos, ações, disciplina e estudo. Você terá que estudar muito, para ser um bom médium, que crescerá em conhecimento, amor e fé. Aí, o seu fardo que era pesado, se tornará leve. Você aceita?”
Digamos que tenha sido assim...  Você não concorda que você aceitou e depois deu para trás. Você enganou o seu Mentor e toda a Espiritualidade? E você não concorda que deva haver um retorno desse feito? Assim como sempre ocorre, um retorno bom para aqueles que se dedicam?
 É verdade. Sou feliz por ser médium há 21 anos no Cruzeiro da Luz. Vivo a vida feliz, vou à praia, tomo minha cerveja sem exageros, brinco com os amigos, não perco o jogo do Botafogo, levo uma vida normal e, principalmente durante 2 dias na semana tiro algumas horas para, unido aos meus amigos espirituais, ajudar as pessoas e me auto-ajudar, porque quanto mais ajudo, me melhoro como espírito e evoluo. Amo meus guias e eles fazem tudo por mim. Tudo. Porém, eles não podem invadir meu livre arbítrio ou o meu carma constituído. Mediante a minha dedicação, eles podem, junto à Lei, minorar o meu fardo e isso tem acontecido.
Pense nisso..., pois a espiritualidade é séria e o desenvolvimento mediúnico caracteriza que você está querendo fazer “algo mais”, e esse algo mais não é incorporar não, é servir a Deus, aos Orixás, em prol daqueles que precisam de ajuda. Se você entra já pensando em sair... Esqueça. Voltando ao Cristo: “a quem muito é dado, muito será cobrado”.
O mais importante quando entramos num terreiro, nos dias de atividades, é esquecermos de nós mesmos, de nossos problemas (e eu tenho os meus)... Deve ser assim na vida mediúnica de qualquer um.
Devemos buscar a religiosidade e não o benefício próprio.
Vamos de novo ao Evangelho: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua Justiça e todas as outras coisas virão por acréscimo".
Entendeu? Acréscimo, porque as coisas da matéria não são as mais importantes para sermos felizes. Ainda mais quando descobrimos a imortalidade da alma, as leis divinas, a proposta de evolução e libertação. Pense nisso!
André Luiz, num de seus livros, diz o seguinte: "Antes de buscarmos incorporar as inteligências espirituais (nossos guias), busquemos sim nos incorporarmos da inteligência divina (nossa ligação com nosso Pai)".
E, finalizando, a Umbanda é linda e servir na Umbanda é muito bom. É delicioso o atabaque, as palmas, os cantos, a defumação, os guias incorporados e, mais importante, a caridade sendo feita, sempre calcada na nossa entrega, na nossa retidão religiosa, na nossa vivência e responsabilidade.
Quis meditar com vocês sobre esse assunto, que achei propício, pois nessa semana debati isso com alguém de grande estima.
braços e axé!

Pai Julio (Pai Pequeno do T. E. do Cruzeiro da Luz)


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