Orixás


Irmãos, vocês já se perguntaram:
-        Quem sou eu? De onde vim? Por que sou assim?
          Tantas perguntas sem respostas, não é?
          Estas duvidas geram ”inseguranças”, “conflitos” e nos faltam respostas, quanto a nossa verdadeira “origem”…
          Sempre ensinaram a nós “debaixo para cima”, se não vejam:
Cultuando os guias: Cafezinho para Preto-velho, coco para os baianos, farofa para Exú, etc., levando para os Orixás em seu ponto de força as oferendas, etc. e depois disso…   “Olorum”, mas como cultuar a Olorum se os próprios praticantes desconhecem “um culto familiar a Olorum?”
          Bem primeiro vamos esclarecer que para nós umbandistas, Olorum é Deus e é o principio de tudo.
          Olo: senhor; orum: (o além, o céu) = Senhor do Céu.
          Olorum é o Senhor do céu é o Senhor Supremo do destino e é o principio de tudo, inclusive dos Orixás, que são os concretizadores e administradores da sua criação.
          Através da ciência divina (Gênese), revela que Olorum é o principio criador e que está na origem de tudo.
           De seu interior gera de forma única todo o tempo e o tempo todo, gerando no micro e no macro, as suas “essências”.
          “Olorum é, em si mesmo, o princípio masculino e feminino, ou seja, a dualidade como, ativo – passivo irradiante – concentrador, positivo – negativo, etc.
Nessa dualidade macho e fêmea faz surgirem os Orixás masculinos e femininos, ativo – passivo, etc.
          Então temos:
  • Oxalá: É a qualidade congregadora de Olorum
  • Oyá: É a qualidade condutora de Olorum
  • Oxum: É a qualidade conceptiva de Olorum
  • Oxumaré: É a qualidade renovadora de Olorum
  • Oxóssi: É a qualidade expansora de Olorum
  • Obá: É a qualidade concentradora de Olorum
  • Xangô: É a qualidade equilibradora de Olorum
  • Egunitá: É a qualidade energizadora de Olorum
  • Ogum: É a qualidade ordenadora de Olorum
  • Iansã: É a qualidade direcionadora de Olorum
  • Obaluaiê: É a qualidade evolucionista de Olorum
  • Nanã Buruquê: É a qualidade racionalizadora de Olorum
  • Iemanjá: É a qualidade geradora e criativista de Olorum
  • Omulu: É a qualidade estabilizadora de Olorum
  • Exú: É a qualidade vitalizadora de Olorum
  • Pomba – gira: É a qualidade estimuladora de Olorum
Olorum em suas múltiplas qualidades está em toda a sua criação, e todos estão n’Ele porque, d’Ele todos fomos gerados, é onipotente porque tudo e todos são só exteriorizações de suas vontades e eles prevalecem em nossas vidas.
Ele é onisciente, onipotente, onipresente e oniquerente, Ele sabe tudo e todo o saber dimana d’Ele, tudo pode e todo o poder provém d’Ele.
Então irmãos umbandista, amem Olorum o nosso Criador com todo seu amor, louvem-o com toda sua reverência, cultue-o com toda a sua fé, manifeste-o no seu virtuosismo porque todas as virtudes derivam d’Ele.
Vamos então cultuar Olorum com todo amor, carinho, dedicação e gratidão, porque Ele nos gerou e nos deu vida! “Animou-nos com seu Sopro Divino e tem nos sustentados desde que num ato de generosidade, dotou-nos com uma consciência e com livre arbítrio”.
     Texto Extraído do Livro – Orixás – Teogonia de Umbanda – Rubens Saraceni.
     Temos muito que aprender sobre Olorum o nosso Criador não é?
     Mas amá-lo, saber que viemos de seu interior e que fomos gerados por amor, que Ele criou um planeta Terra abençoado cheio de “natureza” para “nós” seus filhos criações suas, e que o “cordão” da vida humana ungido na nossa “Coroa” nunca nos separaremos do nosso Pai.
Cultue Olorum e consagre seus poderes em bênçãos na sua vida.
Pois o Pai  Olorum é o próprio Dom da vida.
Os elementos, as criaturas, as espécies, as dimensões, as energias que dão origem as essências que formam os elementos materiais que utilizamos no nosso dia-a-dia tais como: flores, frutos, água, essência, perfumes, ervas, chuva, cachoeira, mar, montanhas, mata, etc., enfim tudo é parte de nós mesmos seja “você” sim a “oferenda” viva para Olorum, sabe como? Sendo leal, amigo, honesto, verdadeiro, alegre, humilde, simples, amoroso, compreensivo, paciente, caridoso e etc.
Só assim conseguiremos senti-lo no nosso mais íntimo dos íntimos em nossa própria consciência.

CONFIE QUE SOMOS CONDUZIDOS POR FORÇAS DIVINAS, QUE NÃO ESTAMOS SOZINHOS, QUE SOMOS A PRÓPRIA IMAGEM E SEMELHANÇA DE OLORUM…

          Culto familiar a Olorum
Agora mostraremos como cultuar nosso amado Pai Olorum dentro das famílias umbandistas.
Estender sobre uma mesa uma toalha branca com franja rendada de cor dourada; no centro dela deve-se colocar um prato de louça totalmente branca, no centro do prato deve-se firmar uma vela branca; à volta da vela devem “polvilhar” farinha de trigo ou grãos de trigo; por cima dos grãos ou da farinha deve polvilhar açúcar; por cima do açúcar deve derramar mel; e a seguir acender 7 velas em volta do prato central nestas cores: azul, verde, rosa, lilás, amarela, vermelha e violeta cada uma em um pires branco também cobertos com trigo, açúcar e mel. Após isso feito, todos devem se sentar à volta da mesa e um dos presentes fará esta oração evocatória
ORAÇÃO A OLORUM

            OLORUM, SENHOR NOSSO DEUS E NOSSO DIVINO CRIADOR, NÓS TE SAUDAMOS E TE LOUVAMOS NESTE MOMENTO DE NOSSA VIDA E DE NOSSO DESTINO.
            ENVOLVANOS COM TEU PODER E ILUMINE-NOS COM TUA LUZ VIVA.
            TU, QUE A TUDO GERAS E QUE ESTÁS EM TUDO O QUE GEROU E ESTÁ EM  NÓS, GERAÇÕES TUAS, FORTALEÇA A NOSSA ALMA IMORTAL E RESPLANDEÇA NOSSO ESPÍRITO HUMANO, LIVRANDO O NOSSO ÍNTIMO, NOSSA MENTE E NOSSA CONSCIÊNCIA DAS VIBRAÇÕES NOCIVAS E CONTRÁRIAS AO DESTINO QUE RESERVASTES PARA CADA UM DE NÓS, TEUS FILHOS E RAZÃO DA TUA EXISTÊNCIA EXTERIOR. AFASTES DO NOSSO DESTINOS OS MAUS PENSAMENTOS, OS DESVIRTUADOS SENTIMENTOS E AS AÇÕES CONTRÁRIAS AOS TEUS DESÍGNOS PARA NOSSA VIDA.
            AMADO OLORUM, QUE OS TEUS SETE MISTÉRIOS VIVOS SE MANIFESTEM NESTAS SETE VELAS FIRMADAS AO REDOR DA TUA VELA BRANCA E QUE ELES, TEUS MANIFESTADORES DIVINOS E TEUS EXTERIORIZADORES, SE ASSENTEM À NOSSA VOLTA E NOS CUBRAM COM SUAS LUZES VIVAS E DIVINAS, NOS ENVOLVAM EM SUAS VIBRAÇÕES ORIGINAIS E AFASTEM DA NOSSA VIDA E DE NOSSO DESTINO TUDO O QUE FOR CONTRÁRIO AOS TEUS DESÍGNOS PARA CONOSCO E INUNDE-NOS COM TEUS EFLUVIOS DE AMOR E DE FÉ, DE SABEDORIA E DE TOLERÂNCIA, DE RESIGNAÇÃO E DE COMPREENSÃO, POIS, SÓ ASSIM, AMOROSOS E REVERENTES, SÁBIOS E TOLERANTES RESIGNADOS E COMPREENSIVOS QUANTO A NOSSA VIDA E AO NOSSO DESTINO, CUMPRIREMOS OS TEUS DESÍGNOS PARA CONOSCO E OS MANIFESTAREMOS ATRAVÉS DA NOSSA CONSCIÊNCIA, DA NOSSA MENTE, DOS NOSSOS PENSAMENTOS, DOS NOSSOS ATOS E DAS NOSSAS PALAVRAS.
            QUE ESTA MINHA CASA SEJA TUA CASA E QUE NESTA TUA CASA OS TEUS 7 MISTÉRIOS SE ASSENTEM E FAÇAM DELA AS SUA MORADA HUMANA, POIS SÓ ASSIM, ABENÇOADO PELA TUA PRESENÇA VIVA E SAGRADA E A PRESENÇA VIVA E DIVINA DOS TEUS 7 MISTÉRIOS VIVOS AQUI NESTA CASA, ÑÃO HAVERÁ DOENÇAS INCURÁVEIS, FOMES INSACIÁVEIS E DISCÓRDIAS INSOLÚVEIS.
            SÓ ASSIM OS MAUS E OS MALES NÃO ENCONTRARAM ABRIGO NA MINHA MORADA, QUE É A TUA MORADA E A MORADA DOS TEUS MISTÉRIOS VIVOS E DIVINOS, OS SAGRADOS SENHORES ORIXÁS.
            BÊNÇÃOS!, BÊNÇÃOS!, BÊNÇÃOS!, SENHOR DA NOSSA VIDA E DO NOSSO DESTINO!
            SALVE!, SALVE!, SALVE!,  SENHORES DA NOSSA VIDA E DO NOSSO DESTINO!
            PAZ E LUZ, AMADO OLORUM!


            Após essa oração evocatória, todos devem permanecer em absoluto silêncio por algum tempo, só mentalizando luzes e vibrando bons sentimentos.
            Neste momento devem mentalizar suas dificuldades e clamar pela dissolução delas; devem mentalizar seus inimigos ou seus perseguidores e opressores e clamar pela transmutação dos seus sentimentos negativos (ódios, inveja, etc.), dissolvendo e diluindo da vida e do destino deles e dos seus, todas as coisas contrárias aos desígnios divinos para com todos nós.
            Após isso feito, todos devem agradecer a Olorum e a seus 7 mistérios vivos e ajoelhar e cruzar o solo com respeito e com reverência , deixando as cadeiras postas à volta da mesa até que todas as velas se queimem.
            No dia seguinte devem recolher o resto das velas e os elementos no prato e nos pires e despacha-los na terra ou em água corrente, pedindo à natureza que reabsorva os restos do que ela, generosamente, nos havia dado.

          Retirado do livro: Orixás Teogonia de Umbanda – Rubens Saraceni.
Que Olorum abençoe a todos
Monica Berezutchi
Junho de 2004

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