Pemba


Pemba

Ô Salve a Pemba
Também salve a toalha
ô Salve a Pemba
Também salve a toalha
Salve a coroa é de nosso N'zâmbi maior
Salve a coroa é de nosso N'Zâmbi maior

A Pemba é com certeza o objeto mais familiar na Umbanda.
Não existe Umbanda sem pemba!
A ritualística da Umbanda emprega a Pemba nas mais diversas finalidades: ela cruza o gongá, cruza o terreiro, as firmezas da porteira, cruza as guias de Umbanda (fios de contas),Cruza a Coroa dos médiuns, cruza os atabaques, as imagens, o corpo dos médiuns, risca o ponto sagrado da entidade, é assoprada para imantar o terreiro, é ralada nos amacis,é colocada na coroa dos médiuns quando se iniciando recebem a mão de pemba... as sete Pembas (verde, amarela, rosa, vermelha, azul, branca e marrom). Este é um dos mistérios que envolvem consagração de iniciação na Umbanda.
A Pemba na África
A Pemba é originária dos rituais Bantu (Congo e angola), e sempre que reverenciada há uma reza para ela, em toda saída de Muzenza (iyawo) e quando se fazia necessário se reza para a pemba. Pois MPEMBA É UM NKISI (Deus - Divindade na Angola) correspondente ao espírito Santo ou Orunmila, que não incorpora.
O Ke mpembê pá
Sine manakualê
Mpembê pá

O giz sagrado
Risca a Harmonia
O giz sagrado

Nas tribos de Bacongo e Congos, é usada sob todos os pretextos:
  • Quando é declarada a guerra os chefes esfregam o corpo todo com Pemba para vencer os inimigos;
  • Por ocasião dos casamentos, os noivos são esfregados pelos padrinhos com a Pemba para que sejam felizes;
  • O negociante que quer conseguir um bom negócio esfrega um pouco de Pemba nas mãos;
  • Em questões de amor então, é bem grande a influência da Pemba, usando-a as jovens como se fosse o pó de arroz, porque dizem trazer felicidade no amor e atrair aquele a quem se deseja.(1)

Cruzamento do Sagrado
Um pedaço de terra é somente terra, até que a sua negatividade seja tocado pela pemba. Daí se faz a LUZ! É como se tudo estivesse em trevas, e a pemba risca seu símbolo sagrado como luz, um holoforte sobre as trevas, não para baní-las mas para equilibrar!
O que não foi tocado pela luz permanece em trevas!
E neste caso o símbolo da consagração dos espíritos de luz na Umbanda, a linha crística, o sol, é a pemba!
A sua coroa vinha cansada pelo mundo até receber água, frutas, essências, e Pemba a (consagração).
A pemba na coroa faz analogia direta ao tradicional "só dá aquilo que se tem" onde aquele que recebeu as Sete Pembas de Umbanda, uma de cada linha espiritual, pode dar a consagração das mesmas, aquele que não as recebeu também não pode dar o que não tem!
As cantigas de Pemba são fundamentos que se fazem necessários. Ainda se vê terreiros que não salvam a Pemba. Há terreiros que a entregam na mão dos médiuns e guias como se fosse bala de coco ou bananada!
Seguindo o contexto sobre fundamentos que aprendi com os meus mais velhos e hoje me sinto no mínimo competente para divulgar os fundamentos que todo mundo já deveria saber...
Quando for se utilizar da pemba publicamente todos precisam ouvir a saudação:
  • SALVE PEMBA!
  • Ê PEMBA!
  • ZAMBURÊ PEMBA!
Esta saudação é a abertura de portas astrais para entidades ligadas a Lei de Umbanda que trabalham na consagração através da Pemba (Entidades no nível de Oxalá - Senhor da Pemba na Umbanda, Lemba, Kitembo e Pemba na Angola, Obatalá e Orunmilá na cultura Ioruba.).
Obs: Não estou comparando este ou aquele orisa / nkisi, estou sim fazendo analogia ao respeito que se deve ter).

A Lenda de Pemba

MiPemba era o nome de uma gentil filha do Soba Li-u-Thab. Poderoso dono de grande região e exercendo a sua autoridade sobre um grande número de tribos. Mipemba estava destinada a ser conservada virgem para ser oferecida às divindades da tribo, acontece porém que um audaz jovem estrangeiro, conseguiu penetrar nos sertões da África, e enamorou-se perdidamente de MiPemba, que por sua vez, correspondeu fervorosamente a este amor e durante algum tempo gozaram as delícias que estão reservadas aos que se amam.
Porém, não há bem que sempre dure, e o Soba poderoso foi sabedor deste amor e então, numa noite de Luar mandou degolar o jovem estrangeiro e tambémque lançassem o seu corpo no Rio Sagrado U SIL, para que os crocodilos o devorassem.
Não se pode descrever o desespero de MiPemba, que como prova da sua dor esfregava todas as manhãs o seu corpo e rosto com o pó extraído dos Montes Brancos Kabanda e à noite, para que seu pai não soubesse dessa sua demonstração de pesar pela morte de seu amante, lavava-se nas margens do rio divino. Assim fez durante algum tempo, porém, um dia as pessoas de sua tribo que sabiam desta paixão e que assistiam ao seu banho, viram com assombro que ela se elevava no espaço ficando em seu lugar uma grande quantidade de massa branca lembrando um tubo.
Apavorados, correram a contar ao Soba o que viram, e este, desesperado quis mandar degolar todos, porém, como eles tinham passado o pó deixado por ela no rio, nas suas mãos e corpo, notaram que a cólera do Soba se esvaía tornando-se bom, e não castigando os seus servos.
Começou a correr a fama das qualidades milagrosas da massa deixada por MiPemba e, com o nome simples de Pemba, esta atravessou muitas gerações, chegando até aos nossos dias, prestando grandes benefícios àqueles que dela se têm utilizado.


A PÓLVORA


A PÓLVORA
12 jun, 2012 | Prática |  |     


Excelente texto sobre a pólvora escrito por Adalberto Antônio Pernambuco Nogueira (in memoriam), Presidente da União de Umbanda (Porto Alegre/RS) – Trechos publicados em duas edições no Jornal JOCAB (meados de 1994)
https://www.paijoaquim.com.br/wp-content/uploads/2012/06/adorno_texto13.jpg
O chamado ponto-de-fogo, um dos mais utilizados recursos da Umbanda e dos Cultos Africanos, é o efetuado com a pólvora e para finalidades as mais diversas. Seu uso na Magia Negra é bastante difundido e os feiticeiros o utilizam em suas investidas contra seus adversários ou suas vítimas.
A pólvora é também conhecida por fundanga ou tuia e a sua fabricação pode ser caseira ou industrializada. A diferença entre uma e outra é idêntica a dos defumadores ou banhos de ervas colhidas e os comprados em firmas especializadas, isto é, nestas falta-lhes o preparo mágico indispensável e a dosagem exata de seus componentes o que, por vezes,  impede seja atingido o fim colimado.
Fundanga é uma expressão de origem kimbundo e seu significado, naquele idioma, é exatamente, pólvora. Quanto a tuia, ainda que por sua morfologia nos afigure palavra de origem indígena é oriunda do ioruba tuyo que significa expelir, deslocar para fora.
A palavra representativa de pólvora nos idiomas indígenas, somente a fomos encontrar no tupi e é uma palavra arcaica e obsoleta na Umbanda, pois jamais ouvimos sequer um caboclo solicitar mocacui para seus trabalhos, dando preferência, invariavelmente, às expressões de origem africana.
A pólvora é um elemento de Magia ambivalente prestando-se, destarte, à serviços para o Bem e o Mal. É, pois, por sua potência, um dos recursos mais utilizados pelos feiticeiros para o enfeitiçamento de pessoas ou coisas tendo, ainda, o inusitado dom de transmitir ou conferir, a quem quer que seja, todo o poder que sua utilização seja feita com a estrita obediência dos preceitos de Magia e independentemente do fim a que se destina.
Tais fatores, conjugados, nos levam à conclusão de que todos os trabalhos com pólvora exigem uma concentração e precaução extraordinárias. Daí o porquê só devam ser feitas por entidades, na sua quase totalidade Exús, ou quando considerarem oportuno, delegarem poderes a um médium especializado para sua execução.
……………………………
* não contido no texto original, imagino que no trecho que segue ele se refere aos componentes da pólvora: Salitre, Enxofre e Carvão.
O primeiro nos impulsiona constantemente para a frente e para o alto nos dá ânimo e pertinácia em todos os nossos passos, nos concede o ardor, a iniciativa, o espírito de luta, a vontade e a capacidade de satisfazer nossos desejos atingindo o objetivo de nossas aspirações mas, em troca, nos oferece a inquietude, a inconstância e o amor às mudanças e novidades, a impulsividade que nos leva a ações inconseqüentes, recolhendo frutos não amadurecidos e perdendo os melhores e mais compensadores resultados de nossos esforços.
O segundo, é aquele que nos tolhe e nos traz desenvolvimento, fazendo-nos introspectivos, nos causa medo e a reflexão, nos leva a cingir-nos e a fixar-nos tanto no erro quanto na verdade, nos hábitos viciosos e virtuosos, nos torna fiéis e perseverantes, firmes em nossa vontade e tenazes esforços, e nos capacita a atrair aquilo para o que estamos interiormente sintonizados pelos nossos pensamentos, convicções e aspirações. Em contraposição, nos acarreta a desilusão e o discernimento, nos afasta das mudanças e de toda ação irreflexiva, porém, também, de todo progresso, esforço e superação.
Apresenta-nos, agora, o terceiro componente, o carvão, inteiramente distinto dos demais, pois sua propriedade primordial é a fácil absorção dos fluidos de quaisquer naturezas. Assim sendo, todas as emoções astrais são por ele retidas e, por isso, desembaraça os objetos materiais dos fluidos de que se encontram impregnados.
Sua ação intermediária, neste sentido, se caracteriza pela lentidão e segurança, e o fato de agir em estado natural obrigam-nos a conjurá-lo quando em seu uso em trabalhos de Magia, a fim de limpa-lo dos maus fluidos de que, porventura, esteja impregnado.
Hermeticamente, o carvão, em seu estado natural é o símbolo da Constância e, em combustão, do Fervor, isto porque, neste estado, consegue dissolver o mais duro dos metais. O estudo acurado dos elementos componentes da pólvora e da dualidade de suas funções, inerentes a tudo o que existe no Universo, é suficiente ao iniciado para saber onde, quando e como usa-la e, ao Mago, para possibilitar-lhe o conhecimento de seus efeitos malévolos contra indivíduos e coisas, se utilizada no campo da Magia do Mal, assim como aquilatar o poder e os conhecimentos de quem a empregou.
De tudo o que dissemos, deduz-se que a pólvora jamais deve ser queimada dentro de casas ou ambientes fechados e sim, próxima a aberturas, pois o recinto fechado não permite a evaporação das camadas deletérias por ela deslocadas em sua explosão, o que determinará o sobrecarregamento do ambiente de novos resíduos, estes já oriundos de sua ação. Apesar de ser a pólvora a força máxima pra limpeza, seu uso deve ser restrito a casos da mais absoluta necessidade e, além dos cuidados já arrolados no presente trabalho, sob a responsabilidade do Guia-Chefe ou de seu preposto, com o auxílio, é evidente, das falanges trabalhadoras ou evocadas. Outrossim, jamais poderemos iniciar sua combustão senão com fósforos pelo mão-de-fogo, ou charutos, no caso de entidades incorporadas. Em hipótese alguma utilizaremos a chama de velas para tal fim e, muito menos, isqueiros.
Concluindo, queremos frisar que algumas casas, face aos solertes ataques que são dirigidos à nossa Religião, taxada de primitiva, mercê de seus rituais, vêm abolindo o uso da tuia às vezes até em choque com as instruções emanadas dos Guias. A estas acometidas podemos antepor o uso dos fogos nas procissões e festas católicas, principalmente nas de São João, Pedro e Antônio e que, em suma, nada mais representam que uma queima, semelhante aos seus efeitos, ao nosso ponto-de-fogo.
Ademais, quando o Astral Inferior que envolve nosso Planeta com suas densas camadas, encontra-se sobrecarregado de cascões, vampiros, magos negros, corpos astrais de animais, formas de pensamento maus, de criação consciente ou inconsciente, artificiais humanos e invólucros vitalizados, estes da mais alta periculosidade e utilizados nos trabalhos de Vodu, o Alto, em sua Eterna Sabedoria, envia violentos temporais cósmicos, onde os efeitos luminosos da queima da pólvora cumbem, pela eletricidade cósmica, de limpar o ambiente. É claro que tais tormentas, tão bem descritas por André Luiz, chegam até nós sob a forma de cataclismos materiais que, em que pese a violência de que se revestem, nada mais são que meros reflexos dos originais.
Então o fogo produzido pelas descargas elétricas age sobre os componentes da pólvora desanuviando o ar pesado e tenso acumulado durante o longo período que as antecedeu.
A descarga da pólvora que efetivamente nada mais é que um insignificante arremedo, no Microcosmo, dos recursos utilizados pelo Poder Universal com idênticas finalidades, é claro, as enormes proporções que o separam do  Macrocosmo.
Ao encerrarmos, voltemos à tecla que jamais cansaremos de acionar: se o irmão não estiver devidamente  preparado, se não possuir o axé de mão-de-fogo e, principalmente, se não encontrar previamente autorizado por nossos Grandes Mestres ouça nosso conselho e não se arrisque inutilmente a executar vaidosamente um trabalho de tal monta. Se o fizer, estará em idêntica situação de um motorista que, ansioso para mostrar sua habilidade e competência, não se peja em pôr em risco não apenas sua vida, mas, o que é mais grave, a de todos que o acompanham em seu veículo.
Caso, no entanto, esteja capacitado a faze-lo, que Oxalá o permita, nunca sua mão se aproxime de um ponto-de-fogo com intenções outra as que não a de trazer benefício aos seus semelhantes. Que sua conduta seja reta, sua fé acendrada e a confiança em seus conhecimentos inabalável. Que o irmão aprove, sempre em todas as oportunidades, que é um verdadeiro portador do axé de fogo.
Sarava!


Mediunidade em seus diferentes aspectos


Mediunidade em seus diferentes aspectos
Por
 -
10 de setembro de 2017
Mediunidade: em que acredita o espiritualista?
A pedra angular da Umbanda e de todo o Espiritismo (ou espiritualismo) é a de que existirá sempre uma vida após outra vida.
Ou melhor: quando nos separamos de nosso corpo físico pela passagem (morte) para o plano espiritual, apenas o nosso corpo físico se desfaz.
Nossa alma, liberta de seu material invólucro, prossegue sua existência.
A isto se sucede uma nova existência, um novo nascimento após a completa triangulação, nesta ou em outras formas de vida, neste ou em outro planeta.
Isso difere totalmente da crença católica, a saber:
– De que após a morte física o destino da alma é a total aventurança;
– De que há um período intermediário em que o espírito é punido por pequenos erros;
– De que há uma eternidade de provações e de castigos aplicáveis àqueles espíritos considerados maus ou inferiores semeadores do mal;
– Em outras palavras: o Céu, o Purgatório e o Inferno, onde os espíritos aguardarão a ressurreição.
Isto é o que creem os católicos.
Creem que um dia voltarão a ressurgir com os mesmos aspectos físicos de antes da morte, no dia do “Juízo Final”.
Seria mais ou menos como retornar ao antigo corpo, que voltaria a ter o mesmo aspecto de antes da morte.
Reencarnação, ao contrário, é o renascimento dessa mesma alma, em outro corpo preparado, ou concebido, para esse fim.
Em outras palavras, a morte é uma renovação.
É preciso que se morra para que se possa renascer.
Pelo exposto acima, vemos que entre uma encarnação e outra o espírito, que em tempo algum deixou de existir, pode de alguma forma se comunicar com os encarnados e, através de alguns encarnados, pode até mesmo servir-se de seus corpos físicos nessas comunicações.

A estes, nós chamamos médiuns.
Então, o que é mediunidade?
É a faculdade que determinados indivíduos possuem de captar vibrações espirituais.
Ou ainda, mais diretamente no que se relaciona à Umbanda, mediunidade é a faculdade que determinados indivíduos têm de poderem até mesmo emprestar seu corpo físico a um espírito desencarnado.
São várias as formas de mediunidade.
Mas seria interessante esclarecer um problema com que se defronta quase a totalidade dos neófitos na Umbanda.
Consiste no fato de que muitas vezes o médium tem pleno conhecimento do que ocorre quando incorporado.
Chega até a criar uma dúvida angustiante, gerando perguntas como:
“Como eu posso ser médium se eu sei tudo o que a entidade diz ou faz?”
Ou ainda: “Foi a entidade ou fui eu quem disse ou fez algo quando incorporado”?
Isso acontece principalmente porque criou-se, dentro das diferentes doutrinas espíritas ou espiritualistas, um verdadeiro tabu:
o de que só é médium aquele que não tem consciência do que ocorre durante a incorporação.
E isto não se resume apenas aos neófitos.
Átila Nunes, em seu livro “Antologia da Umbanda” pergunta: “Haverá médiuns inconscientes?”
Onde está então a verdade?
Via de regra, quase todo médium passa por diferentes estágios durante seu desenvolvimento mediúnico.
Geralmente, as primeiras manifestações ocorrem em estado de inconsciência.
Depois, quando se inicia o desenvolvimento, o médium passa por um período de quase total consciência.

Posteriormente, à medida que a entidade se adapta à incorporação, o médium fica melhor adaptado às suas funções.
O médium passa primeiro por um estado de semiconsciência.
Ou seja: não consegue se lembrar de detalhes, como se tudo tivesse ocorrido num sonho, como se estivesse vendo através da névoa, ou depois de ter abusado do álcool, para depois tornar-se totalmente inconsciente.
Conhecemos não poucos bons médiuns que sempre foram totalmente inconscientes.
Outros, não menos eficientes, nunca conheceram em sua plenitude a inconsciência.
Para melhor facilidade de compreensão, vamos ilustrar da seguinte forma:
Faça de conta que o médium é um automóvel e o seu espírito é o motorista (que o conduz).
Imagine agora que um outro motorista que não tem mais seu automóvel (o corpo físico), peça ao primeiro para usar o seu, mas com a condição de que o primeiro participe do passeio ou viagem.
Então, o motorista (proprietário do automóvel) empresta seu carro para o outro e senta-se no local destinado ao passageiro.
Como o mesmo não sabe de que forma o outro dirige, durante algum tempo até se certificar da habilidade do outro motorista, viajará apreensivo, pois cada erro notado será um arranhão em seu patrimônio.
Se o segundo motorista avança um sinal, será o primeiro quem levará a multa, ou se arriscará a sofrer danos em seu veículo.
Todavia, se após algum tempo de viagem, o primeiro constata que o segundo motorista é cuidadoso, que não comete imprudências e zela pelo seu veículo, poderá até se distrair, observar a paisagem e, ao final da viagem, embora naturalmente cheguem juntos, o primeiro, por haver se distraído, não saberá citar com certeza todos os detalhes do caminho.

Mais tarde, quando partirem para outros passeios mais longos, acabará por se abandonar no banco do carro, adormecendo.
Naturalmente que, no final dessa viagem, não terá nenhuma recordação do que aconteceu enquanto dormia, embora não houvesse, em tempo algum, se ausentado do veículo e tivessem chegado exatamente juntos ao final da viagem.
primeiro caso mencionado é o do médium consciente, que em início de desenvolvimento não consegue se entregar por inteiro à entidade, trabalhando a maior parte das vezes irradiado, sem uma total e completa incorporação.
segundo caso aplica-se ao médium que, depois de alguns anos de trabalhos constantes, quando mesmo tendo sido considerado sempre como médium consciente, lembra-se apenas parcialmente dos fatos ocorridos durante o transe mediúnico, não conseguindo fixar-se nos detalhes.
O terceiro caso citado é da mediunidade que, atingindo uma total identificação vibratória com a entidade, pode permitir o mais absoluto controle de seu corpo e de sua mente pela entidade incorporante.
Resultado disto: não conseguir lembrar-se absolutamente de nada do que lhe aconteceu durante a incorporação.
Nota dos Editores do Umbanda Eu Curto
Na nossa visão, não há melhor ou pior mediunidade.
Mais de 90% dos médiuns de Umbanda são semiconscientes.
A maioria, assim, se enquadra no “segundo caso” citado pelo autor.
Isso é bom, pois o médium pode aprender com as entidades e assim evoluir.