HUMILDADE NA UMBANDA

HUMILDADE NA UMBANDA


Olá irmãos,
Dando prosseguimento ao estudo sobre as “palavrinhas mágicas” propostas pela nossa Guia Espiritual do CEENC, a Vovó Antonieta da Bahia, venho falar sobre a HUMILDADE NA UMBANDA.
Já foram estudadas em outros dias as seguintes “palavrinhas mágicas”: Harmonia, Concórdia, Companheirismo, Equipe, Compartilhamento, Conhecimento, Paz e Abnegação. Faltam ainda: Abdicação, Compromisso, Verdade, Resignação e Fraternidade.
Hoje venho falar de um tema que considero difícil: A HUMILDADE.
Para alguns pode ser fácil, pois ao escrever sobre a HUMILDADE NA UMBANDA, lembramos logo dos nossos Pretos-Velhos e Caboclos, os quais rapidamente associamos à Caridade, ao Amor, à Bondade, à Simplicidade e à Humildade.....que é a NOSSA UMBANDA!
O texto extraído do site do CEENC diz tudo:
"Você que fala da Umbanda
Não sabe o que a Umbanda é.
A Umbanda é força divina,
A Umbanda é pra quem tem fé.
A Umbanda é de Preto-Velho
E de Caboclo de pé no chão.
A Umbanda é de gente HUMILDE
Pois a Umbanda é amor e perdão"
(Extraído do Site do CEENC)
Porém, para mim, antes de falarmos de Humildade na Umbanda, temos que falar na humildade no dia-a-dia, na nossa vida e isso considero difícil....
Antes de começarmos, vamos recorrer ao nosso bom amigo dicionário.... Segundo o Dicionário Michaelis On-line: Humildade é:1-Virtude com que manifestamos o sentimento de nossa fraqueza. 2-Modéstia. 3-Pobreza. 4-Demonstração de respeito, de submissão. 5-Inferioridade.
Após esse conceito nos voltemos às nossas vidas...
Hoje vivemos num mundo material de provas e expiações, no qual buscamos a sobrevivência e a competição constante, quer seja no trabalho ou em nossas buscas individuais. Por isso, alguns, erroneamente, podem levar a palavra humildade com os significados mencionados anteriormente: fraqueza, modéstia, pobreza, submissão e inferioridade. Porém a humildade vai muito além disso. Ela está relacionada com distinção, gentileza, lucidez, graciosidade e simplicidade. Ela é uma virtude distinta que não gosta de se mostrar ou aparecer, pois a pessoa humilde não acredita que ela mesma seja humilde. É só lembrar de qualquer conversa com um preto-velho que notamos isso... Uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e a deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa semente.
A humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real.
A humildade aprecia e valoriza a simplicidade, não busca poder ou prestígio e não tem preconceitos. A humildade é uma das características mais importantes que um médium de umbanda deve ter, pois ela é um caminho para servir ao próximo e a Deus, pois um servo deve ser simples e humilde para bem desempenhar o papel que se propôs a fazer.
Jesus Cristo foi o maior exemplo de humildade no nosso mundo, pois nasceu em uma manjedoura e dedicou toda sua vida a servir.     
Durante meu estudo sobre o tema, extraí e adaptei do textoHumildade x Orgulho (da Equipe de Redação do Momento Espírita) alguns exemplos sobre uma pessoa humilde:
“Quando uma pessoa humilde comete um erro, diz: "eu me equivoquei", pois sua intenção é aprender e crescer.
A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e, por essa razão, tem mais tempo.
A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas. Uma pessoa humilde se compromete e realiza.
A pessoa humilde diz: "eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser".
A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos.
O humilde sempre faz algo além da sua obrigação.
Uma pessoa humilde diz: "deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir".
A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos.
A pessoa humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores. Quem é humilde cresce sempre. A humildade é chave que abre as portas da perfeição.
O humilde reverencia ao Criador todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece.
Uma pessoa humilde defende as ideias que julga nobre, sem se importar de quem elas venham.
Você sabe por quê o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso? É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios. Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.
Pensem nisso!!!”
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Finalizando o estudo de hoje, temos uma pergunta: Somos pessoas humildes?
Respondo por mim: Ainda não, mas vou tentar ser!!!!!!
E você ???
 “A Umbanda será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”
(Caboclo das Sete Encruzilhadas, 15 de novembro de 1908.)
 Abraço a todos, Magal.

EGRÉGORA


EGRÉGORA

Se você é pai no santo ou médium frequentador de algum Terreiro, já deve ter pelo menos ouvido alguém dizer: “Olha a corrente, gente! Vamos concentrar”!
Você sabe realmente o que isso quer dizer? Muita gente (até as que falam) não sabe!
O que é essa tal de “corrente”? Será uma corrente de ferro ou de fibras que se forma no invisível? Será uma corrente que vai prender os Espíritos? Será? Será?
Na verdade, quando um dirigente (quando bem preparado) chama a atenção para a “corrente” é porque ele sentiu uma queda ou diminuição na energia ambiental (egrégora) que deve ser mantida pelos médiuns em um potencial elevado, de forma a manter os trabalhos em nível adequado, até mesmo por uma questão de auto preservação.
Essa questão da “corrente” ou egrégora é tão importante que vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto para que você possa perceber, se orientar e orientar a outros.
Nota do autor: “Egrégora provém do grego “egrégoroi” e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. É o envolvimento, clima envolvente, estado de Espírito resultante de fatores externos e internos. Quando um grupo de pessoas se reúne em meditação e oração com um objetivo comum, pela união do amor e da vontade é criada uma forma pensamento. Essa forma pensamento coletiva é formada pela vontade dos encarnados e desencarnados, movidas pela intenção. Baseada na Grande Lei de que cada pensamento/sentimento, cada intenção, quando aliada ao desejo sincero transmite uma força dinâmica separada do ser que a forma e a envia, formamos um grupo de meditação e oração para podermos juntos emitir pensamentos saudáveis de amor e paz, conduzidos no plano astral pelos Anjos, Orixás, Guias Espirituais, Santos, etc., canalizados para um bem comum. A força de uma egregóra é ampliada, e segundo a intenção e dinamização do grupo formador, se torna poderosa”.
Vou tomar como exemplo uma Gira de Umbanda, mas advirto que você pode adaptar minhas explicações para entender práticas espirituais, inclusive das Igrejas Evangélicas que fazem curas, etc. Vamos considerar um grupo de 10 pessoas e partir do princípio de que todas estão unidas por um mesmo ideal. Isso é a base de tudo!
Criada a egrégora como já vimos antes (pela união dos pensamentos direcionada aos mesmos fins), cada vez mais energias de mesma sintonia são atraídas para o ambiente. Essas energias somadas atuam imediatamente nas pessoas que ali estão e em alguns casos, se for bem forte já começam a operar alguns “milagres”, desde que as pessoas estejam em estado de recepção (concentradas no ritual e ansiando por receberem um bem). As entidades afins (aí eu já estou falando de seres espirituais) penetram e até são atraídas para o interior. Entidades inferiores tendem a ser barradas por uma força invisível (a energia) que a princípio é incompatível com suas vibrações (isso se tudo estiver “correndo bem”).
Se uma entidade inferior for atraída para dentro da egrégora, ela fica de certa forma subjugada pela força desta e desse modo se consegue lhes dar um melhor encaminhamento para outros planos espirituais.
As entidades afins usam parte dessa energia para auxiliar os que ali estão na medida de suas possibilidades.
A técnica usada nos Terreiros de Umbanda e Candomblé para formar a egrégora inicial (quando os grupos são bem dirigidos) está baseada nos rituais de “abertura”.
Já nas Igrejas Evangélicas e outras, consiste basicamente nas pregações, que fazem com que os adeptos se concentrem ou dirijam seus pensamentos de acordo com a “pregação”.
Se você for um estudioso e não carregar preconceitos, notará que nessas “pregações” há sempre um direcionamento do raciocínio dos ouvintes de forma a fazê-los pensar positivamente e acreditarem firmemente na possibilidade de alcançarem os bens que foram procurar. Nesse momento, embora nem saibam, às vezes, estão gerando a egrégora. Fazer com que a assistência participe ativamente, pensando positivamente, deve ser parte obrigatória de todas as Giras de Umbanda. Essa, no entanto é uma prática esquecida e o que vemos em muitos Terreiros é uma assistência quase que sempre alheia, só participando em alguns momentos, de preferência quando vêm de encontro ao que lhes interessa.
Dessa egrégora, como já disse, são retiradas as energias para a realização dos trabalhos, o que vale dizer que se essa energia não for forte o suficiente, o mínimo que pode acontecer é acontecer nada. Por outro lado, se a corrente ou egrégora das “Giras” não for suficiente, várias complicações podem acontecer com o passar do tempo, sendo que, o(a) dirigente, por ser o centro maior das atenções e para quem convergem as maiores quantidades de energia ali geradas e mesmo as trazidas pelos assistentes, é quem sofre, por assim dizer, as maiores consequências dos trabalhos realizados sem a devida segurança.
Veja abaixo alguns tipos de complicações que podem ocorrer:
·         Médium dirigente e/ou médiuns auxiliares não conectados positivamente com suas entidades de guarda o que pode provocar de imediato incorporações insatisfatórias, e insegurança – animismo.
·         Perturbações por intromissão de entidades do Baixo Astral que encontram entrada fácil nesses casos.
·         Problemas com médiuns e/ou assistência com relação até mesmo à integridade física, pois não é raro em sessões dessa natureza, haverem manifestações turbulentas de entidades descontroladas e médiuns idem.
·         Cansaço físico de dirigente e médiuns ao final dos trabalhos pela perda energética sofrida. O normal é que quando se encerram os trabalhos, todos os médiuns se sintam em perfeitas condições físicas e, não se tratando de trabalhos de descarga e desobsessão, é normal até que saiam sentindo-se melhor do que quando chegaram, justamente porque conseguiram atrair uma grande quantidade de energia positiva da quais todos poderão desfrutar.
Observação: Existem mais situações que podem acontecer, mas vamos ficando por aqui, pois só as citadas já darão como consequências as que vêm após.
Complicações que podem ocorrer com a continuidade dos problemas:
·         Enfraquecimento crescente dos contatos entidade/médium.
·         Corpo mediúnico cada vez mais inseguro.
·         Dificuldades crescentes para a realização de trabalhos.
·         Problemas começam a surgir na vida material de todos.
·         Discórdias entre o grupo começam a gerar desentendimentos maiores.
·         Formam-se grupos dentro do grupo dividindo a energia ao invés de somá-la.
·         Doenças e dificuldades começam a aparecer.
·         Como os contatos espírito/médium já não são tão positivos, torna-se difícil ou impossível a solução de problemas que antes eram nada (aí, não raramente começam a se consultar em outros lugares).

Para sintetizar: Todos serão altamente prejudicados por seus próprios atos e desunião e, como ocorre normalmente, ao final elegerão sempre um culpado – ou o dirigente ou a própria Umbanda (no nosso caso).

Ainda sobre a egrégora de Terreiros de Umbanda, é preciso que se explique que ela, além de ser formada e nutrida com a energia gerada em cada reunião, também é favorecida pelas “firmezas” ou “assentamentos” que devem ser tratados, reforçados e respeitados.
Mais uma explicação. Assentamento, como muitos podem crer, não é prática exclusiva das religiões Afro. Até mesmo elas “importaram” essa prática de Seitas e Religiões muito mais antigas. Se os assentamentos estiverem bem “sintonizados” com as energias e entidades para os quais foram dirigidos, sabendo o/a dirigente acioná-los, eles serão de grande importância (caso contrário serão meros ocupantes de lugar), pois poderão trazer para o ambiente essas energias e entidades que beneficiarão sobremaneira a realização de trabalhos positivos.

Para resumir e ficar bem entendido observe o seguinte:
·         Energia positiva atrai energia positiva (o oposto também vale).
·         Pensamentos (que geram energia) positivos atraem energias e fatos positivos (ou negativos…).
·         Medo, insegurança e discórdias quebram a rotina da criação e da ação de energias positivas.
·         Fé (certeza, convicção) provoca sempre a criação de energia e, quanto maior for maior será a ação dessa energia.
·         Egrégoras são energias que podem ser geradas e fortalecidas a cada dia. Se elas serão positivas ou negativas, dependerá de quem as criará.
·         Egrégoras (se positivas) são de utilidade total em qualquer reunião para trabalhos mediúnicos. Quanto mais fortes, maior o auxílio que podem prestar.
·         Egrégoras formam-se até mesmo em sua casa, seu ambiente de trabalho, etc. Só que nesses casos, como não costuma haver um direcionamento das energias que a formarão (a não ser em poucos casos) elas correm o risco de serem negativas.
·         Grupos desunidos, por mais forte que queira parecer o dirigente, estarão sempre a um passo da derrota em função de não conseguirem gerar o ambiente propício para a presença de verdadeiros Espíritos Guias.
A disciplina e a união em torno de objetivos comuns são partes sólidas da base que construirá o verdadeiro Templo – aquele onde comparecerão sempre os verdadeiros Amigos Espirituais.
(Claudio Zeus – extraído do livro Umbanda Sem Medo Vol I)
Texto retirado do site: www.umbanda.com.br

DISCIPLINA E RESPEITO NUM TERREIRO DE UMBANDA


Disciplina e Respeito num terreiro de Umbanda
(texto de autor desconhecido)

Existem algumas atitudes que além de demonstrarem nosso respeito, falam mais que mil palavras não é mesmo?
Pois bem, acredito que quando os médiuns umbandistas entenderem essa colocação e começarem a agir prestando atenção no respeito e no exemplo que estão demonstrando e promovendo, a Umbanda será vista pela sociedade de forma muito mais elevada do que acontece hoje em dia.
É, acredito realmente que Posturas, Atitudes e Conhecimento são fundamentais para alcançarmos uma Umbanda mais aceita, mais respeitada e mais séria.
O fato é que essas posturas e atitudes estão vinculadas ao modo que os médiuns se comportam fora e dentro do terreiro, já o conhecimento está atrelado à capacidade de responder pela e sobre a Umbanda.
No entanto, percebo que muitos médiuns não têm postura, atitude e muito menos conhecimento condizente com a Umbanda e com todos seus fundamentos e tradição, posso citar como exemplo, a falta de conhecimento que muitos médiuns têm sobre o “simples” ato de ENTRAR NO TERREIRO.
Sei que parece bobo dar esse exemplo, afinal existem “coisas” tão mais importantes na Umbanda, mas realmente acredito que todos os médiuns umbandistas devem ser respeitosos, devem ter o conhecimento e estarem conscientes do que é um Terreiro, dos fundamentos que envolvem “entrar em um Terreiro”, das Forças assentadas e do trabalho realizado dentro daquele espaço mágico, portanto, é seu dever, sempre que atravessarem a fronteira do profano para o Sagrado, ou seja, sempre que entrarem em um Terreiro, fazerem as devidas saudações sabendo o que cada ato significa, mesmo porque, eles nunca saberão quando e por quem serão questionados sobre determinados movimentos e atitudes que normalmente se faz ao entrar em um terreiro.
Mesmo sabendo que cada terreiro tem sua forma específica de realizar suas saudações, quero pontuar algumas atitudes, que espero, faça a diferença neste ato que particularmente entendo ser de suma importância, uma atitude de respeito às Forças Divinas que sustentam aquele Terreiro e o próprio médium, além de exprimir uma postura condizente à Umbanda e seus Poderes Divinos.
Em primeiro lugar, o médium ao adentrar no terreiro deve Saudar as Forças dos Srs. Exus/Guardiões e das Sras. Pombagiras/Guardiãs assentadas na Tronqueira e para tanto, deve parar por alguns minutos de frente à tronqueira e com a cabeça baixa, agradecer a permissão de sua entrada naquela Casa Santa. Caso seja necessário, nesse momento também se pede para os espíritos negativos, que por ventura estão perturbando o equilíbrio do médium, sejam recolhidos e encaminhados pela Força da Esquerda com a permissão de Ogum, consequentemente o agradecimento e os momentos de permanência de frente à tronqueira serão maiores. Portanto deve-se sempre agradecer a guarda, a força e a proteção que ELES proporcionam em nossas vidas e ao terreiro.
Normalmente e dependendo do terreiro, durante esses momentos de agradecimento bate-se palmas três vezes e/ou toca-se no chão saudando o “embaixo” também três vezes pronunciando sua saudação que é “Laroye Exu. Exu é Mojubá!”. Segundo a ‘Enciclopédia brasileira da Diáspora Africana’ de Nei Lopes, Laroye significa: interjeição de saudação a Exu, um dos nomes de Exu e Mojubá significa: fórmula de saudação e reverência, dirigidas pelos fiéis aos orixás. Do ioruba ‘mo juba’, “eu (te) reconheço como superior”.
Em um segundo momento deve-se Saudar o Congá e o Altar, locais e pontos Sagrados que devem ser respeitados, afinal, é entre tantas coisas, onde se realizam as grandes trocas de energias, é onde todas as Irradiações Divinas estão concentradas e consequentemente são projetadas a todos, principalmente sobre aqueles que reconhecem e aceitam esse Poder Divino.
Para saudar o Congá deve-se fazer o sinal da cruz no chão antes mesmo de entrar nesse espaço. Fazendo esse sinal, abre-se um portal divino de amorosidade e fé seguindo o ensinamento de Jesus no momento de sua crucificação. Fazendo três vezes se afirma, reafirma e determina esse ato. Fazendo no chão “acordar” a força da terra e toda sua potência energética transmutadora, transformadora, curadora, sábia e ancestral.
Já o ato de “Bater Cabeça” não deve ser ou se tornar um ‘costume’ ou uma ‘repetição’, mas uma atitude de reverência, entrega, devoção e adoração diante dos e pelos Sagrados Orixás. É nessa hora que comungamos com Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluayê, Iemanjá e com todos os Guias Espirituais, é nessa hora que pedimos que nos ajudem a mantermos nossos olhos fechados para o ciúme, para o egoísmo e para a inveja, assim como nossos ouvidos fechados para a intriga e para a curiosidade que fortifica a fofoca.
É nessa hora que pedimos que nos ajudem a manter nossos corações abertos para o amor, para a fé, para a compaixão e para a esperança, e que nossa mente esteja sempre aberta para o discernimento, para a sabedoria e para a paciência. Que nos ajudem a manter nosso espírito purificado e iluminado para que assim possamos servir de “simples” instrumentos de Deus, da Lei e da Justiça Divina. É o momento de agradecer, agradecer e agradecer por essa oportunidade única e excelsa que temos por estar diante do Poder Divino, diante dos Orixás.
Além disso, é o momento de absorver as potências energéticas da Terra pedindo para ela transmutar todos nossos pensamentos e sentimentos negativos, além de nos envolver com a Sabedoria Sagrada de nossa ancestralidade que em tempos remotos foi levada a terra.
E por fim, e não menos importante, o médium deve Saudar, ou melhor, Tomar a Benção de seu Pai ou Mãe Espiritual.
Quando isso ocorre, o “filho” está reconhecendo seu Pai Espiritual como o detentor dos conhecimentos da Lei de Umbanda e como seu orientador, portanto é ele que o conduzirá, o sustentará e o protegerá dentro da doutrina religiosa umbandista e diante da própria vida.
“Tomar a Benção” é sim um procedimento de reconhecimento e de respeito à Hierarquia, mais do que isso, é um ato de entrega, respeito e confiança, portanto aquele que “dá a benção” tem que estar consciente de suas responsabilidades, assim como deve rever e reavaliar seus atos constantemente para que eles sejam e estejam idôneos à sua posição. “Tomar a Benção” ou “Dar a Benção” é coisa séria e tem fundamento, portanto é preciso ter Atitude, Respeito e Conhecimento. Tendo também em conta, que quem na verdade abençoa, são as forças (Orixás) e entidades (guias) que o Pai / Mãe carrega.

Todo terreiro de Umbanda possui um ritual e embora estes rituais se modifiquem, é necessário que haja disciplina para realizar uma gira, ou seja, NORMAS CONHECIDAS POR TODOS desde o dirigente ao iniciando que acabou de entrar.
Este deve ser orientado ao máximo possível:
- com a relação a sua postura dentro do terreiro,
- bem como suas obrigações e deveres para com seus irmãos.
- e claro, as normas básicas de respeito, tratamento.
- conhecimento correto de quem são nossos mentores espirituais.
- respeito prioritário pelo Dirigente e os que estão logo abaixo na hierarquia da casa (pois estes são os que conhecem melhor o funcionamento e normas da casa).

Mesmo se for apenas um "visitante" da casa, há que lhe explicar a postura respeitosa que deve ter ao entrar no Congá, durante o ritual e especialmente perante os mentores espirituais.
O "visitante" que não aceite cumprir as normas da casa, não tenha respeito pelos dirigentes, "filhos" da casa, e pelos mentores espirituais. Não tenha uma postura respeitosa durante o ritual. Este "visitante" deve ser banido da frequencia da casa, pois sua postura e má conduta está em desacordo com a vibração da casa e dos mentores espirituais, promovendo uma desarmonia e mau estar dentro do espaço. Isto também se aplica, não só apenas aos "visitantes" mas a todos os médiuns da casa.

A Umbanda nos ensina que cada um é o que é, cada pessoa sabe em seu intimo quais são seus processos de ação e reação, infelizmente quase todos nos escondemos de nós mesmos, por falta de coragem de olharmos no nosso espelho interior, vermos nossos defeitos para podermos dar o primeiro passo para mudança. Para isso contamos com o auxilio fraternal das Entidades de Aruanda e também os conselhos dos Sacerdotes experientes e sinceros.
Mostrar o caminho não significa decretar, por isso é importante o Dirigente observar que se um novo integrante da corrente veio de outra religião e naquele momento de sua vida deseja abraçar a Umbanda, não é de repente que essa pessoa vai esquecer a fé que moveu por dentro durante tanto tempo.

O VERDADEIRO UMBANDISTA RESPEITA OS CREDOS E SABE QUE A MESMA FÉ QUE O FAZ AMAR SEUS GUIAS E PROTETORES, FAZ UM CATÓLICO AMAR SUA IGREJA, OU UM MUÇULMANO AMAR ALÁ.

Com relação à conduta dos médiuns para com as entidades, a Umbanda tem por norma seguir os seguintes tópicos:

1) O médium de verdade deve ter em mente que na Aruanda todos são iguais (se há diferenças na hierarquia é porque os que chefiam, são as que mais trabalham e menos falam...).Isto quer dizer que os médiuns não devem sequer pensar que sua entidade é melhor que do seu irmão, as entidades de Aruanda preferem que seus filhos falem menos e trabalhem mais pelo seu próximo.

2) Não há necessidade de "chamar" seu protetor em qualquer hora ou lugar, principalmente evite falar da sua mediunidade em bares, ou na rua. As coisas da espiritualidade deve ser discutidas na tranquilidade, e com pessoas que queiram falar sobre o assunto.

3) Nunca fale mentiras ou cometa erros em nome da sua entidade, pois nenhuma entidade de Umbanda acoberta isto ou aquilo dos seus "cavalos".

4) Não é em todo lugar que os nossos protetores "baixam", nem todo lugar é sagrado e num ambiente pesado, não há a mínima vibratória para sua atuação.

É, a Umbanda tem fundamento sim, e é nosso dever e nossa obrigação saber “preparar”.

É nosso dever e nossa obrigação saber se comportar, ensinar e respeitar. É nosso dever e nossa obrigação dar bons exemplos e responder por nossos atos e pela Umbanda, mesmo porque, na Umbanda NADA É SIMPLES, mas tudo é de uma simplicidade impar. Fiquemos atentos!!!
publicado por Ramiro de Kali às 09:42
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OS DEVERES E RESPONSABILIDADES DE UM FILHO DE FÉ NA UMBANDA


OS DEVERES E RESPONSABILIDADES
 DE UM FILHO DE FÉ NA UMBANDA

Publicado: 28/11/2008 em MENSAGENS
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                  Sabe irmãos, existe algo chamado reforma íntima, mudança interior, não adianta você ir no terreiro vestir o branco, cumprir com os preceitos e não praticar a "Mediunidade" no seu dia-a-dia.
                 Os guias espirituais são paciente, compreensivos com nossas deficiências, mas tudo dentro da Lei Maior tem um tempo e a sua espiritualidade é conduzida e muito bem observada pelos Sagrados Orixás, não pense que estará impune de seus vícios e mazelas.
                  Pode ser que até HOJE você não terá que pagar por seus erros, falhas, etc, mas com certeza um dia TUDO que você fez de NEGATIVO a si mesmo ou aos seus semelhantes será retratado e terá você na carne ou em espírito "esgotar" todo seu emocional.
                 Então porque achar que a Religião Umbanda é só EXTERNA, será que ser Templo Vivo de Olorum não é verdadeiramente a Umbanda Sagrada?
                 Ser um templo vivo é limpá-lo, é retirar, anular, cortar, equilibrar, retratar, redirecionar, respeitar, etc, para só assim depois de muito bem limpo, é que conseguiremos depois de "vazio de coisas negativas" será preenchê-lo de: FÉ, AMOR, CONHECIMENTO, JUSTIÇA, LEI, EVOLUÇÃO E GERAÇÃO.
                  Pois na nossa coroa temos todos os Pais e Mães Orixás que são os Senhores da Natureza, administradores e manipuladores das essências e nos chega através dos sentidos virtuosos, vamos dar exemplos:
·         Uma pessoa vibrando em seu íntimo a Fé será humilde, caridosa, simples, iluminada, etc.;
·         Uma pessoa vibrando em seu íntimo o Amor será compreensiva, amável, alegre, etc.;
·         Uma pessoa vibrando em seu íntimo o Conhecimento será interessada em descobrir e aprender, buscará o seu melhor, etc.;
·         Uma pessoa vibrando em seu íntimo a Justiça será equilibrada, ponderada, justa, etc.;
·         Uma pessoa vibrando em seu íntimo a Lei será leal, ordenadora, amiga, fiel, companheira, etc.;
·         Uma pessoa vibrando em seu íntimo a Evolução será tranquila, agirá com sabedoria, aceitará a doutrina em todos os aspectos de sua vida como um caminho transformador;
·         Uma pessoa vibrando em seu íntimo a Geração será criativa, perseverante, excelente companheira, etc.
                  As irradiações vivas dos Sagrados Orixás o tempo todo e todo o tempo nos amparando, só que quando nós, por nossa responsabilidade, colocamos uma "tampa" em "nossa coroa", em nosso chacra coronal (Ori) deixamos de receber essas irradiações, então será que a culpa é só das pessoas que estão a nossa volta ou você é responsável por todos seus pensamentos, atos…
                 A nossa religião de Umbanda Sagrada têm suas portas abertas, é grande e larga, mas o Tempo e a Lei saberão estreitá-la, pois só os verdadeiros umbandistas de fato conseguirão transportar esta porta pequena e concretizarão e codificarão nossa religião para que ela possa ser a religião como merece ser a religião, onde todos falarão numa só voz:
SOU FILHO DE FÉ!
                 SOU UMBANDISTA!
Saravá e um grande abraço a todos!
Autor: Mônica Berezutchi


OS ANIMAIS NO PLANO ESPIRITUAL

OS ANIMAIS NO PLANO ESPIRITUAL

Postado em Editora Vivência
Uma análise sobre como ocorre o processo evolutivo e reencarnatório no reino animal.
Por dra. Irvênia Prada
Na literatura espírita, encontramos com bastante freqüência alusões a figuras de animais no plano espiritual. Por exemplo, Hermínio C. Miranda, em Diálogo com as Sombras, descreve o "dirigente das trevas" como sendo visto quase sempre montado em animais. Brota imediatamente em nossa mente a pergunta: Qual a natureza desses animais?
Também André Luiz refere-se, em suas obras, a cães puxando espécies de "trenós" (livro Nosso Lar), aves de monstruosa configuração (Obreiros da Vida Eterna), e assim por diante.
Realmente, identificar a natureza dessas figuras de animais no plano espiritual não é tarefa fácil. Alguns casos são de mais direto entendimento.
Assim, em A Gênese lê-se que "o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos dos quais tem o hábito de se servir; um avaro manejará o ouro..., um trabalhador o seu arado e seus bois... "
Esses bois, portanto, não são animais propriamente ditos, mas, criações fluídicas, formas-pensamento.
Em outras situações, em que são vistos animais ou sentido a sua presença, existe também a possibilidade de que sejam, mesmo, perispíritos de animais ou, se quisermos assim dizer, animais desencarnados.
Digo animais desencarnados mas, haveria ainda a hipótese de serem também animais encarnados, em "desdobramento" (viagem astral), estando então seu espírito e perispírito desprendidos do corpo físico, por exemplo, durante o sono. Mas, o espírito Alvaro esclareceu-nos, dentre muitas outras questões, que "os animais quando encarnados possuem raros desprendimentos espirituais, isso acontecendo apenas em casos de doenças, fase terminal da existência ou em casos excepcionais com a atuação dos espíritos, pois geralmente permanecem fortemente ligados à matéria". Esta possibilidade de explicação da presença de animais no plano espiritual, de modo particular os animais desencarnados, me parece lógica e portanto, aceitável.
O nosso prezado confrade Divaldo Pereira Franco contou-me, certa feita, que há alguns anos, esteve em determinada cidade brasileira, para uma conferência e, ao ser recebido na casa que iria hospedá-lo, assustou-se com um cachorro grande, que lhe pulou no peito.
A anfitriã percebeu-lhe a reação:
- O que foi, Divaldo?
Foi o cachorro, mas está tudo bem!
Que cachorro, Divaldo, aqui não tem cachorro nenhum!
- Tem sim, esse pastor aí!
- Divaldo, eu tive um cão da raça pastor alemão, mas ele morreu há um ano e meio!
E Divaldo concluiu: - era um cão espiritual!
Segundo o meu entendimento, é possível e até muito provável que esse cão desencarnado ainda estivesse por ali, no ambiente doméstico que o acolheu por muitos anos, tendo sua presença sido detectada pela mediunidade de Divaldo Franco.
Não posso deixar de referir, novamente, a obra magnífica Os Animais tem Alma?, de Ernesto Bozzano, que recomendo para leitura e aprendizado sobre o assunto, porque dos 130 casos descritos, de manifestações metapsíquicas envolvendo animais, muitos estão inseridos nesta categoria de fenômenos, ou seja, em que animais, pela atuação de seu perispírito são vistos e ouvidos ou sentido sua presença.
Herculano Pires também comenta a respeito de "casos impressionantes de materialização de animais, em sessões experimentais", em seu livro Mediunidade. Vida e Comunicação, do que se presume que esses animais se encontravam previamente na dimensão espiritual.
Uma terceira possibilidade que vejo, em relação à presença de figuras animais no plano espiritual é a de perispíritos humanos se encontrarem metamorfoseados em formas animais, sem contudo, perderem a sua condição de espíritos humanos, é claro! E o fenômeno que se conhece com o nome de zoantropia (zôo = animal e antropos, do grego = homen), do qual uma variedade é a licantropia (tycos, do grego = lobo).
Temos o relato de um caso de licantropia no livro Libertação, de André Luiz. O obsessor, desencarnado, encontra a sua "vítima", uma mulher, e conhecendo-lhe a fragilidade sustentada por um complexo de culpa, passa a acusá-la cruelmente, e conclui " - A sentença está lavrada por si mesma! Não passa de uma loba, de uma loba, de uma loba... ". E assim, induzida hipnoticamente, sua própria mente vai comandando a metamorfose de seu perispírito que, aos poucos e gradativamente se modifica, assumindo por fim, a figura de uma loba. Diga-se de passagem, não foi o obsessor que diretamente transformou a sua figura humana, em loba. Foi ela mesma, ao aceitar a sugestão mental que partiu dele.
Afinidade e sintonia são o elementos básicos para o estabelecimento do "pensamento de aceitação ou adesão", conforme explica André Luiz em Mecanismos da Mediunidade.
E por falar em perispírito de animais, em A Evolução Anímica, Gabriel Delanne comenta (resumidamente), que na formação da criatura vivente, a vida não fornece como contingente senão a matéria irritável do protoplasma e nada se lhe encontra que indique o nascimento de um ser ou outro, de vez que a sua composição é sempre uma e única para todos. É o perispírito, que contém o desenho prévio e que conduzirá o novo organismo ao lugar na escala morfológica, segundo o grau de sua evolução.
A REENCARNAÇÃO
Em O Livro dos Espíritos, encontramos a seguinte questão que Kardec coloca aos espíritos: - O que é a alma (entenda-se humana) nos intervalos das encarnações?
R - "Espírito errante, que aspira a um novo destino e o espera".
Nas questões que se seguem, lemos também a expressão "estado errante".
Um dos significados da palavra errante, no dicionário de Caldas Aulete é "nômade, sem domicílio fixo", e de errar, é "vaguear" (errando ao acaso... ). Por sua vez, erraticidade, o mesmo que erratibilidade, quer dizer: "caráter do que é errático. (Espir.) Estado dos espíritos durante os intervalos de suas encarnações".
Bem, chegando aos animais, surge a natural curiosidade de se saber como o seu espírito se comporta na erraticidade, se é que para eles existe erraticidade.
No Livro dos Espíritos lemos "- A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, fica num estado errante, como a do homem após a morte?
R - "Fica numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo. Mas não é um espírito errante. O espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do espírito. O espírito do animal é classificado após a morte, pelos espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente: não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas".
Bem, vamos por partes!
Algumas pessoas entendem, a partir desse texto, que os animais, assim que desencarnam, são prontamente reconduzidos à reencarnação.
A expressão "utilizado quase imediatamente" não necessariamente deve ter esse significado. O espírito do animal pode ser prontamente "utilizado "para uma infinidade de situações, dentre elas, inclusive, o reencarne, e então, em todas elas, "não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas".
Entendo que os animais, sendo conduzidos por espíritos humanos, não dispõem de tempo livre, digamos assim, para se relacionarem com outras criaturas, ou fazer o que quiserem, a seu bel-prazer mas, sim da maneira como decidiram seus orientadores. Aliás, é o que sugere o texto em foco "O Espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade".
Em O Livro dos Médiuns, Kardec trata da possibilidade da evocação de animais e pergunta aos espíritos: "- Pode-se evocar o Espírito de um animal?".
 R: "- O princípio inteligente, que animava um animal, fica em estado latente após a sua morte. Os espíritos encarregados deste trabalho, imediatamente o utilizam para animar outros seres, através das quais continuará o processo de sua elaboração. Assim, no mundo dos espíritos, não há espíritos errantes de animais, mas somente espíritos humanos..." Herculano Pires, tradutor da obra, faz a seguinte chamada em rodapé: Espíritos errantes são os que aguardavam nova encarnação terrena (humana) mesmo que já estejam bastante elevados. São errantes porque estão na erraticidade, não se tendo fixado ainda em plano superior. Os espíritos de animais, mesmo dos animais superiores, não tem essa condição. Ler na Revista Espírita n° 7 de julho/ 1860, as comunicações do espírito Charlet e a crítica de Kardec a respeito.
Apesar da colocação dos espíritos ter sido taxativa, de que não há espíritos errantes de animais, os fatos falam ao contrário. Se assim fosse, isto é, se não existissem animais (desencarnados) no plano espiritual, como explicaríamos tantos relatos? Como explicaríamos a existência dos chamados "espíritos da natureza?".
Ernesto Bozzano, em Os animais têm alma? refere, dentre os 130 casos de fenômenos supranormais com animais, dezenas de episódios com aparição de bichos em lugares assombrados, com materialização e visão com identificação de fantasmas de animais mortos.
Novamente, em O Livro dos Espíritos, lemos "Nos mundos superiores, a reencarnação é quase imediata". Se é assim a reencarnação dos espíritos mais evoluídos, seria até de se esperar que os espíritos de animais, sendo mais primitivos, demorassem mais tempo para voltar à matéria. Entretanto, nada conheço de conclusivo sobre esta questão.
ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL
Muito mais do que supomos, os animais são assistidos em seu desencarne por espíritos zoófilos que os recebem no plano espiritual e cuidam deles.
Notícias pela Folha Espírita (dez. 1992) nos dão conta de que Konrad Lorenz - zoólogo e sociólogo austríaco, nascido em 1903 -, o pai da Etologia (ciência do comportamento animal, que enfoca também aspectos do comportamento humano a ele eventualmente vinculados) continua trabalhando, no plano espiritual, recebendo com carinho e atenção, animais desencarnados.
Também temos informações que nos foram transmitidas, pelo espírito Álvaro, de que há vários tipos de atendimento para os animais desencarnados, dependendo da situação, especialmente para os casos de morte brusca ou violenta, possibilitando melhor recuperação de seu perispírito. Existem ainda instalações e construções adequadas para o atendimento das diferentes necessidades, onde os animais são tratados.
Tendo sido perguntado se os animais têm "anjo da guarda", Álvaro respondeu que sim; alguns espíritos cuidam de grupos de animais e, à medida que eles vão evoluindo, o atendimento vai tendendo à individualização.
Concluindo, podemos dizer que para os animais é discutível se existe o estado errante ou de erraticidade. Eu, particularmente, estou propensa a aceitar que esse estado existe, sim, para os animais, se o entendermos como "o estado dos espíritos durante os intervalos das encarnações".
Se esses intervalos são curtos ou longos, não se sabe exatamente. Penso que existem situações das mais variadas possíveis, face à grandeza da biodiversidade animal, devendo, portanto, acontecer tanto reencarnes imediatos, quanto mais ou menos tardios.
Por outro lado, existe ainda, a consideração feita de que o espírito errante pensa e age por sua livre vontade, além de ter consciência de si mesmo, o que não aconteceria em relação aos animais.
Mas, isso não aconteceria até mesmo com espíritos humanos em determinadas e graves condições de alienação mental, como é o caso dos "ovóides", a exemplo do que refere André Luiz, no livro Libertação.
A rigor, nesta abordagem, teríamos que condicionar o conceito de erraticidade, não apenas ao fato do espírito (humano ou animal) estar desencarnado - vivenciando, portanto, o intervalo entre duas encarnações - como também às suas condições mentais do momento.
Quanto ao reencarne dos animais, perguntou-se ao espírito Álvaro se os animais estabelecem laços duradouros entre si." - Sim, existe uma atração entre os animais, tanto naqueles que formam grupos como naqueles que reencarnam domesticados. Procuramos colocar juntos espíritos que já conviveram, o que facilita o aparecimento e a elaboração de sentimentos".
E qual é a finalidade da reencarnação para os animais? Conforme os espíritos da codificação, a finalidade é sempre a da oportunidade de progresso.
Extraído do livro: A questão espiritual dos animais 
TODOS OS ANIMAIS MERECEM O CÉU
Este foi o título escolhido pelo autor e veterinário Marcel Benedeti para o livro que relata a reencarnação dos animais, a eutanásia, o sofrimento como forma de evolução desses seres, a existência de colônias que cuidam dos animais no plano espiritual e outras questões importantes.
A obra foi uma das premiadas no Concurso Literário Espírita João Castardelli 2003-2004, promovido pela Fundação Espírita André Luiz. Esse foi o primeiro livro do autor que se especializou em homeopatia para animais e conheceu a doutrina espírita na época em que cursava a faculdade, apesar de sua mediunidade ter se manifestado muito antes desse período. Marcel relata que quando trabalhava em uma livraria e se preparava para prestar vestibular, em um dia de pouco movimento, foi para a parte de baixo da loja estudar e notou que estava sendo observado por um senhor. Resolveu perguntar se o senhor desejava alguma coisa e ele lhe respondeu que só estava achando interessante ele estudar, então explicou que queria passar no vestibular de veterinária e o velhinho disse que não se preocupasse porque passaria. Previu também outros fatos que aconteceriam.
Em seguida se despediu dizendo que se veriam depois. Após alguns instantes comentou com seu colega de trabalho que tinha achado aquele homem esquisito por fazer previsões do futuro. O colega disse que não havia entrado ninguém na livraria, foi então que se deu conta de que se tratava de um espírito. Este mais tarde é que lhe ditaria o livro.
O tema da obra fez tanto sucesso que se transformou também em programa de rádio. Nossos irmãos animais vai ao ar toda quarta-feira, às 13h na Rede Boa Nova. Com apresentação de Ana Gaspar, Maria Tereza Soberanski e Marnel Benedeti.
Como o livro foi escrito?
Escrevi o livro em menos de um mês, durante os intervalos das consultas, mas o espírito que ditou não quis se identificar.
As cenas foram surgindo em uma tela mental e ao mesmo tempo um espírito narrava os episódios. Outras vezes, não havia imagem, apenas a narrativa; nesses momentos se tornava mais difícil. Apesar de achar o livro maravilhoso, não acreditava que alguma editora pudesse se interessar pelo assunto. Mas certo dia estava ouvindo a rádio Boa Nova quando anunciaram o concurso literário espírita. Resolvi participar e acabei ganhando o concurso 2003-2004 e editando o livro pela editora Mundo Maior.
O que o livro acrescentar para os veterinários e pessoas que possuem animais?
Se as pessoas não tiverem a visão espiritual em relação aos animais, que eles tem espírito e sentimentos vão continuar tratando esses seres como objetos, como era há pouco tempo atrás. Essa onda de conscientização é recente.
Entramos na questão também de comer carne; cada um tem que perceber o que está fazendo. Eu mesmo comia carne e parei para pensar porque comia, se meu corpo recusava, me fazia mal... Mas quando comecei a lembrar as descrições feitas no livro a respeito do matadouro, passei a sentir repugnância da carne.
Sendo veterinário e espírita, como analisa a questão da eutanásia?
O ser humano tem o carma, o animal não. O animal tem consciência, mas muito mais restrita, em relação ao ser humano. Ele segue muito mais os seus instintos.
Então, como não tem carma, a eutanásia deve ser o último recurso utilizado; o veterinário deve fazer todo o possível para salvá-lo.
Se o animal estiver sofrendo muito e não existir outra maneira, o plano espiritual não condena, porque é um aprendizado tanto para o animal quanto para o dono que precisa tomar a decisão.
Os animais reencarnam?
Há um capítulo no livro que explica como ocorre a reencarnação dos animais. Este descreve que cada espécie de animal leva um tempo para reencarnar, mas por possuírem o livre-arbítrio ainda muito restrito, uma comissão avalia as fichas dos animais e estabelece o ambiente que deverão nascer e a espécie.
Como o conhecimento espiritual pode ajudar o veterinário no trato com os animais?
O veterinário, em geral, por natureza, mesmo não sabendo já é espiritualizado, pelo fato de gostar de animais e querer salvar a vida deles. Quando o veterinário adquire consciência de que o animal não é um objeto e sim um ser espiritual, que possui inteligência e sentimento, muda o seu ponto de visa, passa a enxergar os fatos de uma forma mais ampla. Com certeza se mais veterinários tivessem um conhecimento espiritual, o tratamento em relação aos animais seria melhor.
Como é aplicada a homeopatia para animais?
No Brasil, a homeopatia ainda é pouco aplicada nos animais porque muitos acham que não funciona. Só utilizo a homeopatia quando o dono do animal permite e, em casos mais graves, a homeopatia entra como terapia complementar, porque demora um pouco mais para trazer resultado e alguns casos são urgentes.
O uso da homeopatia é igual tanto para pessoas quanto para animais. A única diferença é que o animal não fala, então o dono precisa ser um bom observador para relatar a personalidade do animal para o veterinário, e muitas vezes, não possui as informações necessárias para um diagnóstico mais preciso.
Pergunto, por exemplo, se o animal gosta de quente ou frio, do verão ou do inverno, a posição em que dorme, entre outras perguntas do gênero.
Tive o caso, de um gato com câncer e que em decorrência da doença estava com o rosto deformado. Como tratamento ele melhorou 70%. Só não foi melhor porque esse gato saia e demorava a voltar e com isso interrompia o tratamento.
Cuidei também de um cachorro com problema de comportamento muito; agressivo. O animal, depois de 10 dias, parecia outro, muito mais calmo. Utilizo também florais para animais em casos emocionais. Se nós equilibramos emocional, o organismo ganha condições combater as bactérias.
E os próximos livros?
Já tenho na editora outro livro em análise que tem o título: Todos os animais são nossos irmãos. E já estou escrevendo o terceiro. Pelas informações que recebi do plano espiritual, serão seis livros.
Entrevista realizada por Érika Silveira
(Extraído da Revista Cristã de espiritismo nº 29, páginas 54-59)